Virgílio Távora foi governador e senador da República pelo Ceará. Partiu para a Pátria Celestial, mas segue imortal. Ainda hoje há virgilistas espalhados pelo Ceará, de primeira, segunda e terceira gerações, entre homens, mulheres, lideranças políticas e comunitárias.
Pois bem. Antes de voltar a Virgílio, escrevo especialmente para quem está em terras distantes ou vizinhas ao nosso torrão.
Ontem, na cidade mais luminosa do Nordeste, o nosso Icó, o calor foi tão intenso que parecia capaz de derreter ferro até na sombra. Para quem é caboclo do sertão, como eu e tantos outros, calor assim costuma ser prenúncio de chuva.
E foi. Choveu a madrugada inteira. Uma bênção.
Agora retorno a Virgílio. Quando governador do Ceará, homem sério e reservado, mas dono de frases precisas e de um humor seco, sem riso, tirou um dia inteiro para, em grande reunião, prestar contas de tudo o que havia feito pelo Estado, em todos os seus quadrantes.
Manoel de Castro Filho, cabra bom de Morada Nova, era seu vice governador. Homem simples do povo, ouvia atentamente a fala de VT.
Ao final, com a inteligência moldada no cotidiano dos sertões, vilas, lugarejos e veredas, resumiu o momento:
“Parabéns, Virgílio. Mas gostaria de lembrar a todos: o melhor governo é um grande inverno”.
Mais genial, impossível.
