Quase sete meses. Sim! Por um único dia a Barragem de Quixeramobim não completou sete meses sangrando sem parar em 2004. É o que mostram os dados do Portal Hidrológico do Ceará. O ano em questão é utilizado como referência por se tratar do início do período de monitoramento dos reservatórios cearenses.
De acordo com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH), em 2004, a Barragem começou a sangrar em 25 de janeiro e só parou em 24 de agosto do mesmo ano. Esse foi o período mais longo que o reservatório passou sangrando desde que foi iniciado o monitoramento.
Essa foi só uma das nove sangrias que a Barragem experimentou ao longo dos anos, desde 2004. A próxima foi em 2005.
No dia 28 de março de 2005, a Barragem transbordou e permaneceu assim até 24 de julho do mesmo ano, registrando paradas pontuais na sangria entre esses meses.
Em 2006, o reservatório também sangrou, só que mais tarde. As águas passaram pelas ‘bocas’ no dia 10 de maio daquele ano. A sangria durou pouco mais de 1 mês e cessou em 1º de julho.
Depois da tripla cheia (2004, 2005 e 2006), as águas não transbordaram em 2007, ficando, o espetáculo das águas, para o ano seguinte.
Foi exatamente no dia 1º de abril de 2008 que os quixeramobinenses viram seu principal cartão postal encher novamente, e assim permaneceu até 14 de julho. No ano seguinte, a mesma cena se repetiu, um pouco mais tarde: em 16 de abril de 2009. E assim seguiu por quase 5 meses, até 13 de setembro.
2010 e 2011 também foram anos de fartura para o reservatório. No primeiro, sangrou em 12 de abril e parou em 8 de julho. Já em 2011, sangrou em 7 de março e parou em 28 de agosto. Essa foi a última vez que a Barragem sangrou antes do semiárido nordestino ser assolado pela seca mais duradoura de sua história, que iniciou em 2012 e encerrou em 2017. Nesse período, o reservatório secou totalmente e voltou a sangrar somente em 2023 após alcançar novamente sua cota de sangria em 2 de abril (com registro da COGERH em 3 de abril em razão da sangria ter acontecido em um domingo à tarde).
No ano passado, o reservatório se manteve em 100% por quase 2 meses, até 25 de junho, sendo o segundo menor tempo de sangria da Barragem, conforme o monitoramento, atrás, apenas, do ano de 2006.
Neste ano, a Barragem sangrou exatamente 1 ano e três dias após sua última cheia, transbordando nesta sexta-feira, 5 de abril, e perenizando um trecho de 35 quilômetros até encontrar as águas do açude Banabuiú.
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