Home 1 Minuto com Sérgio Machado A memetização da política: muito além do velho pastel na feira

A memetização da política: muito além do velho pastel na feira

A tentativa de ganhar visibilidade resulta em conteúdos que pouco agregam ao debate político. Ao priorizar a viralização, os candidatos deixam de apresentar propostas

Foto: Reprodução/Instagram

Com certeza você já se deparou com políticos andando de ônibus, usando um vocabulário diferente ou socializando correndo pela cidade, nas redes sociais. A memetização do conteúdo político tem se tornado uma estratégia recorrente entre os candidatos às eleições, seguindo o exemplo do prefeito de Recife, João Campos (PSB), especialista nisso.

Para quem não sabe, João Campos ganhou destaque ao utilizar memes e conteúdos leves nas redes sociais para se aproximar do eleitorado jovem, conquistando grande visibilidade. No entanto, essa tática, que busca viralizar a qualquer custo, levanta questões sobre a eficiência de focar em algo passageiro em detrimento de propostas concretas.

Afinal, seu voto vai para um candidato engraçadinho ou propositivo? Pois é.

No cenário político cearense, também não está diferente. Vários candidatos têm adotado essa abordagem, mesmo aqueles sem carisma e sem histórico de engajamento nas redes sociais, como o prefeito José Sarto (PDT). A tentativa de ganhar visibilidade resulta em conteúdos que pouco agregam ao debate político. Ao priorizar a viralização, os candidatos deixam de apresentar propostas, que poderiam realmente contribuir para o desenvolvimento da sociedade e a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

De fato, o uso de memes e conteúdos virais aumentam a visibilidade e atraem a atenção dos eleitores, especialmente os mais jovens. Sim, está todo mundo comentando. Mas essa estratégia também apresenta riscos, onde a imagem e o entretenimento substituem a seriedade das propostas, em um contexto onde a confiança na política já está abalada.

Desde o conteúdo comendo o velho pastel na feira, esses candidatos são percebidos como oportunistas e despreparados. A busca pelo viral não deve comprometer a qualidade do debate nem a seriedade das propostas apresentadas. É preciso equilibrar caráter e comunicação.

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