Com a vitória de Evandro Leitão (PT) na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, um novo capítulo político se desenha no Ceará. No entanto, o êxito do PT em consolidar poder nas esferas municipal, estadual e federal gerou críticas sobre a centralização da legenda e a ausência de um equilíbrio partidário no estado.
Todavia, esse cenário não pode ser avaliado de forma simplista, já que o novo prefeito busca implementar gestos de inclusão e pluralidade, fundamentais para a estabilidade e o fortalecimento democrático da capital.
Na Câmara Municipal, o presidente recém-eleito, Leó Couto (PSD), ilustra o impasse da oposição ao governo petista. Couto ofereceu ao PL, partido que conta com cinco vereadores, a 1ª secretaria da Mesa Diretora para o biênio 2025-2026. O convite, embora estratégico e natural no jogo político, foi recusado.
Essa rejeição expõe a resistência de setores da oposição em dialogar e a dificuldade de estabelecer pontes que possam promover uma política mais colaborativa, afastando-se da polarização acentuada das eleições.
No Executivo, Evandro Leitão demonstrou disposição em ampliar os apoios ao seu governo. Ao nomear Márcio Martins (União Brasil), ex-opositor, para a Secretaria Executiva Regional 10, o prefeito sinaliza que entende a relevância da diversidade partidária para garantir governabilidade e legitimar seu mandato perante uma Fortaleza plural.
Como construir consensos em um ambiente político polarizado? Não é nada fácil. A inclusão de diferentes vozes no governo e no legislativo ajuda a ampliar a legitimidade das decisões e pavimentar caminhos para um debate mais rico e menos maniqueísta, essencial para o desenvolvimento de uma cidade tão complexa quanto Fortaleza.
