A atividade comercial na Avenida Bezerra de Menezes, a principal faixa de ligação entre Fortaleza e a região Oeste do Ceará, reduziu com o passar dos anos. É o que mostra o jornalista Luciano Rodrigues, em reportagem publicada no Diário do Nordeste.
A via, que conta com 3 km, perdeu lojas e até representatividade no segmento, além de ver cair a movimentação. De acordo com comerciantes que ainda permanecem na região, tudo começou com as obras que foram feitas na avenida, principalmente nos últimos 13 anos.
Entre os estabelecimentos grandes que fecharam as portas na avenida estão o Carrefour e as Lojas Americanas, que encerraram suas atividades em 2024.
A maior transformação na avenida iniciou em 2012, com as faixas de Bus Rapid System (BRS), com duas faixas mais próximas às calçadas destinadas ao uso de transporte coletivo, o que causou problemas para os comerciantes.
Já em 2015, entrou em funcionamento o Bus Rapid Transit (BRT), o primeiro de Fortaleza. Os ônibus saíram das faixas junto às calçadas e foram para o canteiro central, onde permanecem até hoje.
Especialistas apontaram, na reportagem, que a principal questão para o fechamento de lojas na Bezerra de Menezes é a redução da densidade junto às calçadas, como explicou Christian Avesque, consultor de empresas e professor da Faculdade CDL.
Segundo ele, o BRT reduziu o fluxo dos carros e aumentou o fluxo de pessoas, perdendo a densidade, que são justamente as pessoas que trafegam no corredor e que têm vontade de frequentar os estabelecimentos no entorno do raio geográfico. As Americanas e o Carrefour, por exemplo, são apontados por Avesque como importantes para o estacionamento de veículos na avenida.
Outro problema que aumentou com a redução do movimento de pessoas junto ao comércio é a insegurança, principalmente nas ruas laterais, pois as pessoas não têm segurança para parar e caminhar com a falta de movimento nas calçadas.