O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta críticas crescentes dentro do Centrão devido à demora em promover a esperada reforma ministerial. Líderes do bloco avaliam que Lula perdeu o timing ideal para realizar as mudanças e, com isso, vem comprometendo a relação com partidos que compõem sua base de apoio no Congresso.
A insatisfação tem se intensificado, especialmente entre parlamentares que esperavam uma ampliação de espaço no governo após negociações realizadas no ano passado.
Nos bastidores, integrantes do Centrão afirmam que a demora do presidente em agir tem fragilizado a articulação política e reduzido a influência do Palácio do Planalto sobre votações estratégicas no Legislativo.
O grupo cobra maior participação nos ministérios, especialmente em pastas consideradas de grande relevância para a execução de projetos e distribuição de recursos. No entanto, Lula tem adotado uma postura cautelosa, temendo desagradar aliados históricos e provocar rupturas dentro de sua equipe ministerial.
A avaliação dentro do Centrão é de que a resistência do governo em acelerar a reforma pode gerar dificuldades futuras na relação com o Congresso. Com o enfraquecimento da coalizão, temas prioritários para o governo podem enfrentar maior resistência para serem aprovados.
Apesar da pressão, Lula ainda não deu sinais claros sobre quando e como pretende reestruturar sua equipe ministerial. A expectativa inicial era de que a reforma ocorresse no início deste ano, mas com o adiamento, cresce o risco de que a movimentação perca sua eficácia política. Enquanto isso, líderes do Centrão seguem cobrando celeridade, alertando que a demora pode levar a uma maior dificuldade na governabilidade e até mesmo a um distanciamento de aliados importantes.