O Instituto do Câncer do Ceará (ICC) realizou, recentemente, a primeira cirurgia torácica robótica para tratar um paciente com câncer de pulmão no estado. O procedimento, feito no Hospital Haroldo Juaçaba, em Fortaleza, marcou o início da utilização da plataforma robótica da Vinci X em intervenções torácicas dentro da rede pública, por meio de um programa financiado pelo Pronon (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica).
Apesar de não estar incluída no rol de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS), a cirurgia robótica foi viabilizada graças a um projeto desenvolvido pela equipe de urologia do ICC, em parceria com os setores científico e administrativo da instituição. Com o apoio do Pronon, o projeto tornou possível estender o uso da tecnologia para outras especialidades, como a cirurgia torácica.
“O ICC conseguiu realizar essas cirurgias pelo SUS através de um programa financiado pelo Pronon, que é um programa de financiamento do combate ao câncer”, explica o cirurgião torácico Renato Torrano. “O programa de urologia já foi iniciado. O programa de cirurgia robótica torácica no SUS está em fase inicial, e espera-se que outras especialidades consigam se integrar.”
Entre os procedimentos realizados com auxílio da plataforma robótica estão as ressecções pulmonares, como lobectomias e segmentectomias anatômicas, geralmente indicadas para pacientes diagnosticados com câncer de pulmão. Também entram na lista os tratamentos de tumores localizados no mediastino, região entre os pulmões, próxima a órgãos sensíveis como coração e esôfago.
“A cirurgia robótica oferece um nível de precisão muito maior, o que é fundamental quando se trabalha em áreas delicadas do corpo”, destaca o especialista. “Esses procedimentos se beneficiam bastante dessa tecnologia.”
Além da precisão, o uso da robótica também proporciona vantagens importantes para os pacientes: menor tempo de internação, recuperação mais rápida e menos dolorosa, e redução significativa no risco de complicações pós-operatórias.