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“Bolsonaro de papelão”: quando o marketing erra o alvo e o que isso revela sobre a política atual

Vivemos em um tempo em que tudo se torna visível, registrado e compartilhado em segundos. Uma estratégia mal calculada vira piada viral e desgasta ainda mais o próprio grupo político. Por isso, o episódio do “Bolsonaro de papelão” é arriscado. Ele evidencia fragilidade, falta de comando e um distanciamento da vida real do eleitor

Foto: Reprodução/Instagram

A estratégia recente do grupo bolsonarista de usar uma réplica de papelão do ex-presidente Jair Bolsonaro como presença simbólica em eventos expõe algo maior que uma cena curiosa. Mostra a dificuldade de construir presença política real num momento em que o eleitor exige autenticidade, clareza e propostas concretas. Essa tática funciona como metáfora perfeita de um marketing que tenta preencher o vazio com aparência. Quando a imagem tenta substituir a presença, o marketing perde força e credibilidade.

Esse cenário se combina com um segundo elemento: o uso constante de desinformação. Há anos, setores ligados ao bolsonarismo apostam em táticas digitais que incluem notícias falsas, distorções de fatos e campanhas de medo. São estratégias que apelam para emoções intensas como insegurança e raiva, criando uma realidade paralela onde fatos deixam de ser prioridade. O resultado é danoso. A confiança pública se desgasta, as instituições sofrem ataques constantes e a sociedade se torna ainda mais polarizada.

Sou um defensor do bom marketing, do jornalismo sério e da comunicação responsável. Marketing de verdade não se faz com truques visuais nem com versões fantasiosas. Ele se sustenta em clareza, transparência e propostas reais. A comunicação eficaz constrói confiança porque é baseada em algo concreto. Ela não tenta esconder a ausência de liderança, mas reforça o que existe de verdade. Quando o conteúdo é forte, não há necessidade de recorrer a simbolismos improvisados.

Vivemos em um tempo em que tudo se torna visível, registrado e compartilhado em segundos. Uma estratégia mal calculada vira piada viral e desgasta ainda mais o próprio grupo político. Por isso, o episódio do “Bolsonaro de papelão” é arriscado. Ele evidencia fragilidade, falta de comando e um distanciamento da vida real do eleitor. A política exige presença física, coerência e posicionamento. Nenhum recurso de marketing substitui essa construção.

Esse caso serve como alerta. Não existem atalhos para relevância política. Marketing sem conteúdo apenas revela o que está faltando. Em um cenário de desinformação acelerada, a comunicação séria se torna ainda mais valiosa. Para quem entende de política e de comunicação, a lição é clara: credibilidade não se fabrica. Credibilidade se conquista.

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