Home Poema Afinal… os dias são meus

Afinal… os dias são meus

Não escolhemos o dia de nascer, nem o de morrer, mas decidimos o que fazer no intervalo entre esses dois eventos. É isso que chamamos de vida. E é justamente sobre isso que trata o poema "Afinal... os dias são meus", de Kleber Mineiro, que traz uma reflexão sobre a vida e o que fazemos com ela

Foto: Freepik

Não escolhemos o dia de nascer, nem o de morrer, mas decidimos o que fazer no intervalo entre esses dois eventos. É isso que chamamos de vida. E é justamente sobre isso que trata o poema “Afinal… os dias são meus”, de Kleber Mineiro, que traz uma reflexão sobre a vida e o que fazemos com ela.

Nasci – sem escolha.
Vou morrer – sem aviso.
Entre um ponto e outro,
há esse intervalo vivo
onde tudo pode ser risco,
acerto, queda, voo,
ou simples teimosia de continuar.

Sou eu quem decide
o que fica,
o que parte,
o que repito,
o que desaprendo.
Sou eu quem abre portas
ou tranca janelas,
quem escolhe a coragem
ou abraça o medo
como quem abraça um velho conhecido.

A vida ri de mim,
eu rio de volta.
Ela inventa armadilhas,
eu invento caminhos.
Ela lança desafios,
eu respondo com poesia –
essa arma branca
que não mata,
mas desarma.

Entre nascer e morrer
existe o meu território:
minha autoria,
meu improviso,
meu jeito de tropeçar
com elegância duvidosa
e de levantar
com certa dignidade poética.

Se não escolhi o começo
e não controlo o fim,
faço do meio
um manifesto íntimo:
livre, intenso, imperfeito,
teimosamente meu.

Porque, no fim das contas,
no silêncio e no estrondo,
na pressa e no sossego,
entre o caos e a beleza…

os dias são meus.
akam.

Kleber Mineiro

Deixe seu comentário:

Please enter your comment!
Please enter your name here