A ativista Maria da Penha Fernandes defendeu a criação de centros de referência da mulher, nos municípios menores do interior do Estado, como uma das medidas mais urgentes no combate à violência de gênero. A cobrança foi feita durante o seminário “16 Dias de Ativismo: Direitos, Lutas e Resistências”, na manhã dessa segunda-feira (27/11), na Assembleia Legislativa.
Para Maria da Penha, cujo caso de violência doméstica sofrido por ela inspirou a criação da Lei 11.340/2006, que leva seu nome, muito ainda precisa ser feito, principalmente fora das metrópoles. Ela considerou que as grandes cidades já instituíram suas políticas de proteção à mulher, mas a criação dos centros de referência no Interior se faz necessária, para que “as mulheres possam ser orientadas acerca dos seus direitos”.
“Com o aumento de políticas públicas nas grandes cidades, o número de denúncias aumentou, porque agora as mulheres estão se sentindo mais seguras e acreditadas pelas instituições”, considerou.
As atividades da campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que são promovidas por diversas entidades e instituições ligadas a essa luta, tiveram início na quinta-feira (23/11) e vão até 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos), tendo como mote ainda o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, comemorado em 6 de dezembro.
Além da presença de Maria da Penha e de uma apresentação da lei que leva seu nome, participaram do evento Roberta Viergas, coordenadora do Observatório da Mulher contra a Violência e do Comitê pela Promoção da Igualdade de Gênero e Raça do Senado, e Zelma Madeira, coordenadora da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial e professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece).
Repórter Ceará