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Faz escuro, mas a educação canta

Sei que nossa coluna é um espaço de fala social e política, e é por esse motivo que peço a sua licença, leitor, para compartilhar em nossa conversa semanal um convite cujo remetente é a educação.

Já falamos outrora sobre educação aqui, quando conversamos sobre o inglês no Sertão Central com o trabalho da professora Gerleide, de Quixeramobim, ou ressaltando a importância da profissão de ‘professorar’ em sua última data comemorativa; agora, vamos conversar um pouco sobre a educação patrimonial, área que vem sendo cada vez mais discutida no ensino superior, mas que carece de atenção na educação básica. A educação patrimonial é de essencial valor para a formação do homem e, principalmente, do cidadão consciente de si e de seu ambiente de convívio social.

O IPHAN -Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, define esse campo do conhecimento como a constituição “de todos os processos educativos formais e não formais que têm como foco o patrimônio cultural, apropriado socialmente como recurso para a compreensão sócio-histórica das referências culturais em todas as suas manifestações, a fim de colaborar para seu reconhecimento, sua valorização e preservação”, considerando ainda que “os processos educativos devem primar pela construção coletiva e democrática do conhecimento, por meio da participação efetiva das comunidades detentoras e produtoras das referências culturais, onde convivem diversas noções de patrimônio cultural.” Agora que conseguimos uma definição mais clara do que é, vamos procurar entender qual a importância da educação patrimonial em nossa vida.

Quantas vezes não ouvimos ou assistimos acontecimentos singulares, de nossas comunidades nativas, que não fazem parte de um senso comum, mas que como quaisquer outras manifestações humanas eram igualmente belas? Com a educação patrimonial, entendemos que esses momentos -que sejam ambiências, objetos, expressões, culinária, etc., constituem saberes e um patrimônio, histórico e cultural, em potencial. A educação patrimonial faz uma mediação disso e aponta para um norte construído em conjunto, retirando a verticalidade da escolha do que é ou não patrimônio, história, arte, e fazendo que com que esse processo seja agora realizado em comunidade. Essa perspectiva ilumina novos caminhos no saber.

Dito isso, caro leitor, percebemos a falta que esse tipo de estudo fez nos últimos anos – apesar de ser um conceito relativamente, em tempos históricos, novo, surgido nos anos 1980. Assim sendo, inúmeras pesquisas, estudos e grupos sobre o assunto nasceram da urgência em debater a educação patrimonial; um desses grupos é genuinamente cearense. ‘O Professor de História e o Patrimônio Cultural: Faz Escuro, mas eu Canto’ é um projeto de extensão da Universidade Estadual do Ceará que tem, como objeto de estudos esse tema, com o enfoque sobre o trabalho do professor de história em sala de aula. Com vários participantes e um grupo de estudos formados por docentes das mais diversas seriações e entidades, bem como discentes da UECE, o projeto busca de forma incessante trazer a perspectiva da educação patrimonial para o centro do debate acadêmico formativo, e o faz de forma aberta, prezando pela ampla participação.

Assim sendo, quero então deixar o convite a você, trabalhadora e trabalhador, interessado, bem como a estudantes -do ensino básico até a academia- de um momento super especial que será promovido pelo grupo: na segunda-feira, dia 05 de julho, a partir das 15 horas, uma live, com um agente cultural e professores da rede básica e superior do Ceará, fará uma ‘roda de conversa remota’ – a 2ª promovida pelo grupo – sobre ‘patrimônio e museologia social’, com o subtema das ‘experiências comunitárias’. Você poderá acompanhar o momento que será transmitido no Youtube pelo link bit.ly/2liveprojextensao, ou entrando em contato e conhecendo o trabalho do grupo pelas redes sociais (@fazescuro.maseucanto). Desde já, boa live!

Essa coluna tem a pretensão de ser colaborativa. Se crê que algum tema da política e dos acasos sociais são de grande relevância, ou algo de interessante a compartilhar, entre em contato, terei o prazer de discuti-los com você e, a depender da conversa, virar assunto de nosso espaço.

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