Nessa quinta-feira, 23, iniciou tramitação na Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE) o Projeto de Lei nº 474/2021, de autoria do deputado Queiroz Filho (PDT), que trata do reconhecimento da relevância histórica e cultural da Vila dos Ingleses, conhecida como Sítio Histórico do Campo de Concentração do Patu, em Senador Pompeu, no Sertão Central.
O local foi usado para impedir que milhares de refugiados da seca de 1932 chegassem em Fortaleza. O campo de concentração é único dos dez instalados no Ceará que permanece com ruínas em pé. Em 2019, o Município realizou o tombamento do complexo, o reconhecendo como Patrimônio Histórico-Cultural. A Secretaria de Cultura do Estado estuda o tombamento a nível estadual e o prefeito da cidade, Maurício Pinheiro, tem buscado o reconhecimento na esfera federal também, através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O projeto que tramita na ALCE busca o reconhecimento da relevância histórica e cultural do patrimônio, a fim de buscar sua preservação.
“Proporcionalmente, foi o campo de concentração que morreu mais pessoas na história das secas. Tanto que foi criada a Caminhada da Seca, que completa 39 anos em 2021, reunindo anualmente mais de cinco mil pessoas que, todo segundo domingo de novembro, saem da Igreja Matriz de Senador Pompeu até o Cemitério da Barragem, em memória das ‘Santas almas da Barragem'”, argumentou o deputado na justificativa do projeto.
Queiroz Filho ainda destacou que o “reconhecimento histórico e cultural, assim como a preservação da sua estrutura, reafirma a existência dos campos de concentração de retirantes da seca no Ceará, visto que na capital cearense, a ausência de resquício físicos tende a relegar ao esquecimento esse capítulo da história”.
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Repórter Ceará (Foto: Gustavo Gomes)
