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Editorial: As cidades cearenses não estão preparadas para a quadra chuvosa

A maioria das cidades cearenses não está preparada para a quadra chuvosa. Basta somente observar como os municípios, ao serem atingidos pelas precipitações, ficam com diversos pontos de alagamentos. Alguns, intransitáveis. Isso ocorre, principalmente, pela falta de planejamento urbano para lidar com eventos climáticos.

Fortaleza, a capital mais rica do Nordeste, é um exemplo evidente do quanto a falta de planejamento, o subdimensionamento de redes de drenagem e a impermeabilização do solo podem impactar de negativamente na cidade, sem levar em conta as chuvas de início de ano, principalmente as mais intensas, que possuem a tendência de acumular muita água em pouco tempo. Outras cidades, como Quixeramobim e Quixadá são duas das que mais sofrem com esse tipo de problema no Sertão Central.

Alagamentos também vão além da falta de planejamento e seguem pela vertente de descarte incorreto de resíduos sólidos por parte da população, que despeja lixos em vias públicas. Esses, por sua vez, seguem para sumidouros, galerias e bocas de lobo, chegando a entupir e impedindo que as águas das chuvas escoem para as redes de drenagem.

Tudo isso suscita a discussão de que os espaços urbanos precisam ser melhor planejados, necessitando a existência de um Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano para impedir a construção desordenada de residências e as reformas na estrutura urbana que impliquem em canalização de rios sem avaliação prévia. É preciso, como exemplo, redimensionar as redes de drenagem e também aplicar a educação ambiental no contexto urbano para evitar o despejo de resíduos sólidos em espaços inadequados.

Fazer isso exige muito dos cofres públicos municipais, podendo chegar a casa dos milhões de reais. No entanto, não é entrave sem solução. Pode haver cooperação entre os governos Municipal, Estadual e Federal, de forma que os recursos possam ser enviados para a solução do problema.

Executar planos que visem evitar alagamentos, principalmente em áreas de risco, deve ser tarefa prioritária dos governos municipais antes da quadra chuvosa de cada ano. E caso novos problemas sejam observados, essas medidas precisam ser revisadas e editadas, levando em conta, por exemplo, as mudanças climáticas, entendendo que pode não chover ou pode chover muito em pouco tempo, fora do esperado.

Passo a passo, com cooperação, planejamento e responsabilidade, é possível reverter momentos tão traumáticos na vida urbana. É assim que se constrói e se mantém uma cidade, e é possível ver, na paz, a chuva cair sem se preocupar se ela impedirá a vida local de alguma forma.

Editorial do Repórter Ceará

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