A agropecuária brasileira registrou um crescimento de 21,6% no primeiro trimestre de 2023, em comparação com o quarto trimestre de 2022. Essa é a maior alta do setor desde o quarto trimestre de 1996, de acordo com os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nesta quinta-feira, 1º, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A informação é do Economic News Brasil.
Enquanto isso, o setor de serviços teve um aumento de 0,6% no primeiro trimestre de 2023 em relação aos três meses anteriores, e a indústria apresentou uma relativa estabilidade, com uma pequena variação negativa de 0,1%.
O primeiro trimestre de 2023 foi marcado pelo impacto das condições climáticas mais favoráveis para a produção agropecuária em quase todo o país. Isso contrasta com o verão anterior, quando a falta de chuvas prejudicou as lavouras em diferentes estados.
Uma estimativa divulgada pelo IBGE em maio indica que a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve atingir um recorde em 2023, totalizando 302,1 milhões de toneladas. Esse valor representa um aumento de 14,8% em relação à safra de 2022.
No caso dos serviços, os resquícios da pandemia ainda influenciaram o consumo em parte do setor durante o primeiro trimestre, de acordo com analistas. Esse segmento é o maior empregador do país e o principal componente do PIB, representando cerca de 70% do indicador.
O cenário do primeiro trimestre também foi marcado pelos pagamentos do Bolsa Família no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O programa social substituiu o Auxílio Brasil, abrindo a possibilidade de benefícios adicionais para famílias contempladas com os recursos. Essas transferências foram vistas como estímulos ao consumo de bens industriais e serviços. Além disso, a retomada do mercado de trabalho, apesar dos recentes sinais de desaceleração na geração de empregos, também foi considerada como um fator de incentivo para a atividade econômica.
Por outro lado, os juros altos encareceram o crédito no país, o que preocupa os empresários de setores como a indústria. As fábricas ainda enfrentam desafios no exterior devido às projeções de desaceleração da economia internacional.
Repórter Ceará