Home Terezinha Oliveira Falando sobre ídolos: Elvis Presley e Rita Lee

Falando sobre ídolos: Elvis Presley e Rita Lee

O recente falecimento da grande estrela Rita Lee trouxe mais uma vez um tema que é recorrente ao longo da minha vida – a despedida de personalidades que nos encantam com suas artes, ações humanísticas ou uma militância em defesa dos pilares democráticos. Consta no Google: “Ídolo é uma celebridade por quem se tem grande admiração ou a quem se ama apaixonadamente”. A juventude é a fase mais propícia para a descoberta destes seres que nos atraem e aos quais devotamos admiração incontestável. Os jovens são sonhadores, contestadores e querem mudar o mundo. O avanço tecnológico nos meios de comunicação, tornando o mundo uma “Aldeia Global”, fez com que essas influências ultrapassassem limites intercontinentais.

Foi em Fortaleza, na tela do Cine São Luiz, que conheci meu primeiro ídolo: o belo Elvis Presley. Atuando em comédias românticas no papel do galã, interpretava canções que faziam sucesso quando chegavam nos LPs para o deleite dos fãs. Foram  destaques suas roupas e as coreografias criadas para os filmes e depois aperfeiçoadas para os shows. “Love me Tender”, “Its Now or Never”, “La Paloma” e tantas outras ainda trazem de imediato a sua lembrança. Simbolicamente pode ser dito que ele ganhou o trono, o cetro e a coroa de Rei do Rock and Roll Mundial por seus numerosos súditos em todos os continentes. Porém, sua história de vida foi marcada por dramas familiares, que ocasionaram crises na fase do seu estrelato e no declínio da carreira. Sua morte aos 42 anos é cercada de mistério. Sua memória é cultuada em Memphis, na “Graceland”, a casa onde Elvis viveu de 1957 a 1977. Depois da Casa Branca este é o ponto mais visitado nos Estados Unidos; lá estão registros da trajetória do Rei do Rock and Roll e também o jazigo com o seu corpo.

Um afinado quarteto europeu conquistou o mundo e nos trouxe um ídolo que simbolizou Amor e Paz. Os jovens Ingleses de Liverpool se tornaram The Beatles e deram voz às composições de dois integrantes do grupo – Paul McCartney e John Lennon. Este último foi um ativista da paz e sua composição “Imagine” se tornou um hino para seus fãs, especialmente os defensores do “Faça Amor, não faça Guerra”. De Nova York, onde passou a residir em 1971, liderou contínuos protestos contra a Guerra do Vietnã levando o então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, a tentar por diversas vezes deportá-lo; esforços inúteis diante da legitimidade da campanha de Lennon. Mas no triste 8 de dezembro de 1980 um desequilibrado que dizia ser um fã, calou a voz de um dos ícones do humanismo.

Na segunda metade dos anos 60 algumas emissoras de televisão brasileira deram espaço ao frutífero movimento musical da MPB – Música Popular Brasileira. Na esteira dos festivais, quem “estava à toa na vida viu a ‘banda’ passar” e na “Roda Viva” ouviu o canto de um “Sabiá”. Então surge o meu maior ídolo nacional cuja  produção literária envolve vários gêneros, inclusive peças teatrais, o que justifica o reconhecimento internacional a Chico Buarque, que mais vivo do que nunca continua trabalhando e defendendo sua visão de um mundo mais justo, combatendo o fascismo e a espoliação promovida por grandes corporações. Dessa safra vem o baiano Gilberto Gil, que em um “Domingo no Parque” leva ao palco da TV Record o grupo “Os Mutantes”, que inseridos no Tropicalismo definiam seu repertório como Rock psicodélico. Os rapazes eram Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. A moça loira se chamava Rita Lee, e o Brasil conheceu a cantora, compositora, multi-instrumentista de figurinos inovadores, apresentadora, escritora e ativista da liberdade no pensar e agir. Assim surgiu a Rainha do Rock brasileiro, que para uns foi “Ovelha Negra”, outros a convidavam “Baila Comigo”. Falou sobre “Amor e Sexo”, “Erva Venenosa”, “Lança Perfume”, para depois dizer “Desculpe o Auê”, e os fãs afirmavam a ela a “Mania de Você” e pedem “Chega Mais”. A doce revolucionária se encantou e foi brilhar no infinito.

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