Home Fabrício Moreira da Costa O amor caminha perto do ódio?

O amor caminha perto do ódio?

A imprensa notícia às ruas, bairros, e avenidas, sítios e lugarejos dos sertões à capital, que o senador Cid Gomes, enfim, transfere suas malas, sapatos e escovas de dentes, no próximo dia 4 de fevereiro do ano em curso, ao grêmio político denominado Partido Socialista Brasileiro – PSB do Ceará.

Sai do Partido Democrático Trabalhista, o PDT, deixando um rastro e cheiro de pólvora que explodiu após e durante as eleições estaduais de 2022, marcada por acusações horríveis e recíprocas de toda ordem.

O novo abrigo de Cid Gomes não é tão novo assim para ele. No passado não muito longe, os Ferreira Gomes assinaram suas filiações ao partido que era dos Novais, Eliane e Sérgio.

Após intensa disputa interna que foi à público, à época, também teve um desfecho um tanto quanto tumultuado. Aos poucos os partidos no Brasil estão perdendo bandeiras, histórias e caminhos retilíneos. São tantos existentes, que as siglas são mais conhecidas hoje pelos seus donos, do que mesmo pelo que defendem.

Uma célebre frase do prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), quase passou despercebida, mas merece destaque diante deste cenário:

– “Eu não tenho culpa se brigaram”.

E realmente não tem. Amigo de todas as horas dos Ferreira Gomes, o prefeito da capital de todos os cearenses, José Sarto, talvez tenha sido um dos grandes prejudicados desse quiproquó dos amigos e irmãos que racharam chãos e os comícios recentemente em todo o Ceará.

Mais diante, pode comprometer as eleições municipais em Fortaleza, não somente dentro do PT, o partido do Governador, mas que repercute na centro esquerda, direita, e ultra-direita até bolsonarista.

Para tanto, Cid Gomes já deu algumas versões para o desfecho final, colocando vírgulas, pontos e vírgulas, e, talvez, um ponto final. Afinal, olhar demais para o retrovisor causa acidentes. No mais, o seu irmão primogênito, o Cirão das massas, cita apenas uma versão e joga no colo do caçula a responsabilidade pela separação, e do amor que se transformou em ódio, doravante. Alega traição e para não ser chamado de “bicho de chifres”, rompeu definitivamente.

Na última reunião, no Rio de Janeiro, os irmãos se trataram com formalidades, dureza, e muito rancor. Bem diferente dos acenos amorosos de dantes. A política, pasme, os separou.

As páginas da história são escritas pelo que ocorre em nosso cotidiano e dela participamos, mas também pelo que somente ouvimos. Umas tantas verdadeiras; outras são lendas, que aceitamos para não desmerecer também o brilho ou a solidão do passado que nos conduz ao presente, e que nos apontam para o futuro, ou nem tanto assim. Vira um samba do criolo doido? As vezes.

Porém, fevereiro anuncia o carnaval que anima as nossas almas, que faz suar os corpos gordos e franzinos, que esquentam o sangue, o espírito, a alegria e a benquerença.

E desta forma, quem sabe, o ódio retorne a ser amor de mãos dadas lá do Beco do Cotovelo, em Sobral, à Beira-Mar de Iracema dos lábios de mel, em Fortaleza.

Ou talvez, se a preferência for Aracati, o prefeito Bismarck Maia os receberá com Ivete Sangalo, ao som de paz e muito amor.

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