Neste ano teremos eleições municipais em todos as cidades do Brasil. Do interior à capital. Serão eleitos vereadores, prefeitos e vice-prefeitos, o segundo em exercício no cargo do executivo municipal.
No Brasil, esse representante é eleito através de voto direto, de quatro em quatro anos, juntamente com o prefeito. Sempre é pouco notado, já que sua principal função, na prática, é apenas cumprir a vacância do cargo do 01 em caso de morte, cassação de mandato, renuncia, etc.
Dizem que não é nada e pode ser tudo. Daí surgem os exemplos de José Sarney, Itamar Franco, Juraci Magalhães, citando apenas alguns, que trocaram as cadeiras de vices pela a do titular. E concluíram os mandatos.
Ao mesmo tempo, a quem diga, que o seu exercício diário é pensar em alguma pedra no meio do caminho para o titular. No ostracismo involuntário, a maioria rompe com o titular e passa para o outro lado da avenida. Junta-se a oposição.
No Ceará, um caso chamou a atenção recentemente nos últimos meses, e parte de Caucaia, cidade metropolitana de Fortaleza.
O deputado federal Vitor Valim, que só conhecia a Praia do Icaraí, foi eleito prefeito de Caucaia. Nos bastidores da política, é unânime que Deuzinho Filho, ex-vereador e presidente da câmara, foi um dos responsáveis por apresentar Valim aos bairros, ruas, avenidas e valetas da cidade.
Fecharam a chapa; Valim, prefeito; Deuzinho, vice. Por um período considerável, as pastas e escovas de dentes passavam o dia juntas, na sede da prefeitura. Era pura harmonia.
Após as eleições estaduais, romperam os laços de amizade e na política, tornaram-se bravos adversários. Deuzinho foi expulso da sede do Poder Executivo. Depois de uma casa alugada, que era paga pela prefeitura. Achando pouco, Valim cortou tudo, restando ao vice tão somente o seu salário mensal.
Terminou atendendo os seus eleitores e amigos em praça pública de Caucaia, dando milho ao pombos e planejando o que seria para o futuro.
Nesta semana, mais um capítulo coube ao vice: anunciar que ganhou na justiça o direito aos recursos que cabem à vice-prefeitura.
Restabelecida a situação, caberá agora aos nossos legisladores definir melhor a função prática de um vice-prefeito, pois nem todas as cidades têm praça com sombra e nem milho para alimentar os pombos.
