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Ocupação espacial sem urbanização

Em Quixeramobim é visível o acelerado e desordenado crescimento de novos assentamentos de moradias

Foto: Reprodução

A partir dos anos 50 a dinâmica demográfica sofre uma mudança espacial com o crescimento acelerado da população residente em áreas urbanas, em detrimento das zonas rurais. Entretanto, esse quantitativo não vem acompanhado pela melhoria dos serviços básicos e cuidados com a qualidade ambiental das áreas ditas urbanas.

Em Quixeramobim é visível o acelerado e desordenado crescimento de novos assentamentos de moradias, desprovidos das necessárias intervenções de infraestrutura e adequadas condições ambientais. Os bairros residenciais surgem sem qualquer respeito aos preceitos da Legislação. Esta vem há tempos sendo continuadamente ignorada. Onde estão nossas áreas de praças, áreas verdes e áreas institucionais? No parcelamento do solo urbano é obrigatória a incorporação de todas essas Áreas ao Patrimônio do Município no ato da aprovação dos Loteamentos, cabendo à Gestão Pública o correto uso das mesmas. Portanto, são espaços públicos, mas é corriqueira a desafetação dos terrenos para outros fins.

  • Desde a Idade Antiga as PRAÇAS são espaços onde se exercita a Democracia – encontros da população para interagir, discutir seus problemas, buscar soluções, bem como o lazer e entretenimento. Mas ao sairmos da zona central, são quase inexistentes esses importantes locais.
  • As áreas institucionais se destinam aos equipamentos de serviços educacionais, de saúde, mercados, centros comunitários e outros.
  • As áreas verdes devem ser pequenos “pulmões” destinados a amenizar o clima, pois quando o tema é equilíbrio ambiental, há muito a lamentar na cidade que pretende ser um grande Polo Regional.

Entretanto, além do não atendimento dos elementos citados, residências estão surgindo em glebas distanciadas do Núcleo Central, onde se concentram os diversos serviços públicos e particulares, além das grandes lojas e bancos. O fator agravante é a ausência de transportes coletivos, o que implica no uso de
veículos próprios ou taxis e mototáxis, cujo dispêndio penaliza o orçamento das famílias. Para quem dispõe de veículo particular as ruas centrais apresentam outro problema – onde estacionar seu carro? Essa questão se agrava pelos próprios donos de comércios que ocupam o leito das vias públicas com mercadorias e equipamentos. É uma falta de visão estratégica, pois se não há
vagas para deixar os veículos seus motoristas e passageiros compram menos nesses locais. Diferente de outros bairros que são favorecidos pela proximidade dos serviços disponibilizados na zona de ocupação mais antiga, os novos assentamentos carecem de um planejamento e incentivos que minimizem essas desvantagens locacionais.

Apesar do alardeado progresso, faltam cuidados com o “Coração do Ceará” cujas “Artérias” não favorecem à “Circulação” saudável. Outro aspecto que vem se agravando são as altas temperaturas que poderiam ser atenuadas com o incentivo ao plantio de árvores, cujas sombras propiciam um microclima mais ameno e, por consequência, condições de bem-estar ao redor de suas
copas.

Somos todos responsáveis e capazes de criar condições mais favoráveis ao ecossistema. Façamos nossa parte.

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