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Até onde vai a democracia e a liberdade de expressão em grupos de WhatsApp?

Censurar ou excluir membros por compartilhar informações divergentes das suas é uma atitude não só imatura como também antipolítica

Foto: Arquivo pessoal/Folha de SP.

Em tempos de polarização política, a discussão sobre os limites da liberdade de expressão em grupos on-line se torna cada vez mais importante. No WhatsApp e em comunidades do Facebook, por exemplo, a dinâmica de grupos fechados pode criar ambientes propícios à censura e ao “cancelamento” de pessoas que divergem da opinião majoritária ali.

É importante lembrar que a democracia pressupõe o livre debate de ideias, o que inclui a tolerância à discordância. Censurar ou excluir membros por compartilhar informações divergentes das suas é uma atitude não só imatura como também antipolítica. Principalmente quando a pessoa excluída é um profissional preocupado com a veracidade e a imparcialidade da informação, princípios básicos do jornalismo.

De acordo com Pablo Castanho, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, em entrevista à Folha de SP, os grupos de WhatsApp acabam servindo de palco para a repetição das mesmas afirmações de forma exaustiva, sem espaço para a reflexão.

Ao silenciar o dissenso, grupos de pessoas impedem o crescimento intelectual e a construção de pontes entre diferentes visões de mundo. A liberdade de expressão, portanto, não se trata apenas de defender o direito de falar, mas também de ouvir, debater ideias e combater a desinformação.

A democracia e a liberdade de expressão são pilares de uma sociedade justa e plural. Cabe a todos nós, como cidadãos, defender esses princípios, tanto nos espaços públicos quanto nos privados, inclusive nos grupos on-line que frequentamos.

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