Home Terezinha Oliveira O continente americano: três caravelas e alguns equívocos

O continente americano: três caravelas e alguns equívocos

As terras encontradas não eram na Ásia e os povos massacrados não eram desprovidos de organização, habilidades e conhecimentos científicos. Bárbara foi a agressão ao seu mundo

Foto: Reprodução/Toda Matéria

O mundo vem se modificando em sua feição paisagística, nos recursos tecnológicos e bagagem científica, mas não perde a gana de dominar e explorar os semelhantes fomentando guerras justificadas por falácias de cunho religioso. Na Idade Moderna os europeus tentavam fortalecer sua economia. Viajantes que se aventuravam a conhecer outras terras traziam notícias de lugares com belos cenários, população exótica e o que mais cobiçavam – riquezas diversas: dos minerais às especiarias. Então, cabeças coroadas europeias empreendem as “Grandes Navegações” para expandir seus domínios se apossando de territórios nos quais dizimavam etnias e seculares culturas e assumiam o comando das atividades produtivas e comerciais das regiões transformadas em Colônias. Surge então o Mercantilismo que vai moldar o Capitalismo a partir do século XV. A mais dolorosa consequência dessas “invasões” foi a escravização de seres humanos livres aos quais era imposta nova crença, além dos trabalhos forçados. Vale ressaltar as importantes civilizações pré-colombianas: Asteca, Maia e Inca, as quais foram espoliadas e destruídas.

Portugal e Espanha exerceram papel proeminente na história das navegações marítimas em busca do caminho para as Índias. Os lusitanos, preparados pela Escola de Sagres, tiveram a primazia de encontrar o tão almejado “caminho marítimo” para as Índias, por Vasco da Gama, no ano de 1498. Anos antes, os reis da Espanha financiaram uma esquadra entregue ao genovês Cristovão Colombo que parte em busca das Índias com as caravelas Santa Maria, Pinta e Nina, e na data de 12 de outubro de 1492 atracam em S. Salvador (Bahamas). Supondo terem chegado às Índias, chamam de índios os nativos encontrados. Anos depois Américo Vespúcio demonstra que Colombo não chegara à Ásia. Tratava-se de terras ainda desconhecidas e o Novo Mundo recebe o nome de América, em reverência ao italiano Américo Vespúcio. Além dos espanhóis, portugueses, ingleses, franceses e holandeses estabeleceram colônias no continente americano. Os grupos nativos lutaram contra os invasores, mas eram forças desiguais diante do armamento utilizado. Outro agravante foram as doenças trazidas pelos estrangeiros causando mortes entre a população local.

Os espanhóis Herman Cortez e Francisco Pizarro chefiam a invasão e destruição dos maiores Impérios encontrados nas terras recém descobertas. ASTECAS e MAIAS ocupavam parte da atual Califórnia e do México, além de áreas na atual América Central. Foi prejuízo cultural a destruição quase total do belo patrimônio edificado. 1521 é o ano da morte do Imperador Montezuma (Asteca) na batalha de Tenochtitian com a vitória final dos estrangeiros. Os Maias tinham o poder político descentralizado nas Cidades-Estado. Do povo INCA ainda é possível apreciar o que restou da bela cidade de Cusco, que foi o centro administrativo, político e militar. O passeio a Machu Picchu é aproximar-se da rica cultura Inca. Além da riqueza em ouro e prata, os Incas aplicavam engenhosos meios para dominar o relevo acidentado. Desenvolviam sistema de cultivo sofisticado e abriam estradas para circular a produção, além de realizarem obras de engenharia hidráulica. Eram hábeis nas práticas médicas e tinham bons conhecimentos em astrologia.

Portanto, as terras encontradas não eram na Ásia e os povos massacrados não eram desprovidos de organização, habilidades e conhecimentos científicos. Bárbara foi a agressão ao seu mundo.

Quanto ao nosso país, onde portugueses chegam em 1500, já havia sido estabelecido no Tratado das Tordesilhas que pertenceria à Coroa Lusitana. Apesar das incursões de franceses, espanhóis e holandeses ao litoral brasileiro, as Terras encontradas por Cabral se tornaram Colônia sob o jugo de Lisboa.

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