Uma investigação da Polícia Civil do Ceará aponta que membros de facção criminosa usavam um grupo de WhatsApp para coordenar e executar ataques contra eleitores da candidata a prefeita de Sobral, a ex-governadora Izolda Cela (PSB). As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 24.
A operação da Polícia Civil para combater ameaças a candidatos e eleitores em municípios da Região Norte, culminou com a prisão de suspeitos e a execução de mandados de busca e apreensão.
O diretor da Polícia Civil no Interior Norte, Marcos Aurélio Elias de França, revelou que a operação ocorrida nesta semana é desdobramento de ação anterior que resultou na prisão de um suspeito de ameaçar a candidata Izolda em uma rede social.
“Com acesso as informações do celular do elemento, devidamente deferido pelo Poder Judiciário, realizamos 17 mandados de busca e apreensão; três em presídios. Além de cinco mandados de prisão; dos cinco, dois foram executados no Ceará, outros dois alvos estão no Rio de Janeiro e seguem com mandados de prisão em aberto e um outro suspeito está foragido”.
Marcos Aurélio destacou ainda a existência de um grupo de WhatsApp exclusivamente para atacar os participantes de comícios da candidata do PSB. “Havia um grupo de WhatsApp criado com o objetivo específicos de atacar os eleitores da candidata que participavam de comícios. Atingir com rojões, articular como fazer ataques, a forma, o local. Extraímos essas informações do aparelho, que embasaram o pedido de prisão dos elementos”, explicou.
A Polícia destacou ainda a ocorrência de vários atentados a eleitores de Izolda. “Inclusive, pessoas saíram feridas e acaba criando-se um clima de medo, mas com a prisão dos elementos e com essa operação de hoje, o pleito foi pacificado e as pessoas terão plena segurança de votar”.
A investigação reforçou que os envolvidos atuavam tanto no planejamento quanto na execução de ataques. “É um grupo criminoso, fazem parte de um grupo de origem carioca (Comando Vermelho). Esse grupo no WhatsApp foi criado com o fim específico de agredir e evitar que pessoas participassem de comícios de Izolda”, concluiu.
Marcos Aurélio, comentou ainda denúncias de que facções estariam cobrando “pedágio” para permitir que candidatos realizassem campanha em determinados locais pelo Estado e ressaltou a importância de que eventuais vítimas da prática procurem as forças de segurança.
“Estamos investigando essa situação e o que eu apelo é que quem esteja sofrendo com esse tipo de extorsão, comum a candidatos a vereador e prefeito, que denuncie. A Polícia Civil está com toda a inteligência trabalhando para combater esse tipo de crime e impedir que isso aconteça. A mensagem principal é, deixar o eleitorado e os candidatos seguros para entrar em todos os bairros e para que a campanha siga normalmente”, finaliza.
Caso Izolda Cela
A Polícia Civil prendeu, nesta terça-feira, 24, mais dois homens investigados por participação em uma ameaça contra Izolda. Com essas duas prisões, já somam três capturas pelo crime. Durante a ofensiva, coordenada pelo Departamento de Polícia Judiciária do Interior Norte (DPJI-Norte), uma terceira pessoa foi presa em flagrante por tráfico de drogas. As ações acontecem em Sobral e em Itaitinga.
No dia 2 de setembro, a PM capturou um homem, de 36 anos, suspeito de integrar organização criminosa e ameaçar a candidata, em Sobral. A composição policial tomou conhecimento, por meio de uma denúncia anônima, sobre um indivíduo que teria feito postagens nas redes sociais com ameaças à candidata, e iniciou as diligências. Com apoio do Núcleo de Combate ao Crime Organizado e do Núcleo Avançado de Inteligência da Delegacia Regional de Sobral, da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), o suspeito foi identificado e capturado. O homem já possui antecedentes criminais por tráfico de drogas, roubo, furto, crime contra a administração pública. Ele foi autuado por ameaça e por integrar organização criminosa.