Pura encenação. É assim que podemos resumir os debates entre os candidatos à Prefeitura de Fortaleza até aqui. Os atores se esforçam mais em criar e sustentar personagens do que em apresentar propostas reais e viáveis para a gestão da cidade nos próximos quatro anos.
O nível da pergunta no debate de ontem na TV Verdes Mares: “O que você acha de um candidato que não tem o apoio da própria cachorrinha?”.
Os eleitores assistem a uma peça de teatro político, onde os ataques pessoais e o despreparo dos concorrentes têm prevalecido sobre as discussões que realmente importam. Não estamos acompanhando candidatos, mas, sim, personagens construídos com o único propósito: conquistar votos.
A polarização, citada por muitos, pode ser mais um artifício midiático do que um fato em si. A verdade é que, entre influenciadores, humoristas e figuras controversas, como moralistas de fachada e esquerdistas de conveniência, o eleitor fica perdido no meio de uma cortina de fumaça, sem uma direção clara.
O que está em jogo não é a escolha de um gestor capaz, mas a disputa entre quem consegue se moldar melhor às expectativas criadas por pesquisas e redes sociais.
Falando em pesquisas, é preciso lembrar que elas não são o fim do jogo. Apesar de influenciar o tom dos ataques e as estratégias dos candidatos, os números apresentados refletem apenas o momento atual. O resultado de hoje pode se mostrar completamente diferente no domingo da eleição.
O eleitor precisa estar consciente de que, enquanto o debate público é manipulado para manter a audiência presa a esse espetáculo, o poder de mudança real está em suas mãos na urna. Então, o que você, eleitor, faria se pudesse mudar tudo no próximo domingo?
A resposta pode estar na reflexão sobre a verdadeira importância do voto e no reconhecimento de que os personagens apresentados no palco político não refletem as necessidades da população. O que precisamos não é de uma performance convincente, mas de um gestor comprometido com o futuro da cidade.