Confusão é uma estrada de duas vias. Quem bate, não esquece; quem apanha, não cicatriza. Quem ganha com briga? Ninguém.
Milito na vida pública há mais de três décadas e meia. Já enfrentei adversidades, vitórias, alegrias e frustrações. Bati e levei. E quem ganhou com isso? Ninguém.
O conflito envolvendo os notáveis irmãos Ciro e Cid Gomes saiu das entranhas partidárias e familiares e se tornou público, percorrendo o estado de norte a sul. Do frio de Guaramiranga às tardes quentes de Icó.
Quem ganhou com isso? Talvez alguém, mas não os irmãos Ciro e Cid, os únicos governadores do Ceará, filhos de uma só mãe, a honrada professora Maria José, de Sobral.
Para quem achava que era apenas uma briga de irmãos após uma tertúlia de domingo, hoje observa, com perplexidade, uma disputa que não fez bem à nossa política. Que o digam as últimas eleições estaduais, que deixaram um rastro de discórdia que parece eterno.
Neste final de semana, o UOL nacional voltou a abordar o entrevero familiar e político. Na minha mocidade, participei de um grupo chamado “deixa disso”. Para quê? Para apartar confusões, reunir os litigantes com paz e amor, e continuar nosso jogo de travinha sob as frondosas tamarineiras.
Em Sobral, ao que parece, não há grupos de mediação de conflitos. Vou enviar nossa equipe, formada por Gago de Guiomar, Limão de Chico de Biri, Barim, Novo e Joãozito.
Se eles não resolverem, é sinal de que, como diria Paes de Andrade, há “forças estranhas” tirando proveito da peleja entre esses dois irmãos, filhos de Zé Euclides de Sobral.