O Ceará vive um dilema ético e jurídico com os prefeitos eleitos de várias cidades enfrentando pedidos de cassação de mandatos por acusações que envolvem abuso de poder político e econômico durante as eleições.
Nos municípios de Acaraú, Aracati, Barroquinha, Canindé, Choró, Ipu, Limoeiro do Norte e Quixeré, surgem denúncias de práticas ilícitas que vão desde a contratação de cargos comissionados para garantir apoio político até o uso de servidores municipais em campanhas eleitorais durante o horário de expediente. Somado a isso, há ainda acusações de compra de votos, contratações indevidas no período eleitoral e uso irregular das redes sociais para propaganda institucional.
O que mais traz indignação é que os atos apontados pelas denúncias evidenciam um desrespeito deliberado às regras básicas do processo democrático.
E mais: há a possibilidade de que os prefeitos permaneçam em seus cargos enquanto os processos são julgados, o que pode levar meses ou até anos. E, em caso de derrota na Justiça Eleitoral, as cidades serão obrigadas a realizar novas eleições, criando um vácuo de governança e instabilidade política que prejudica diretamente a gestão municipal.
Que segurança e exemplo de caráter esses gestores passam para as populações que deveriam representar com ética e integridade?
Para além das disputas judiciais, esse cenário exige uma reflexão sobre a responsabilidade ética dos gestores e o fortalecimento das instituições que regulam as eleições no Brasil. A sociedade cearense espera que a Justiça Eleitoral atue com celeridade, garantindo que as eleições representem, de fato, a vontade legítima do povo, e não os interesses daqueles que colocam o poder acima da lei.