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PF diz que deputado Júnior Mano teve “papel central” em esquema de compra de votos no Ceará; Bebeto Queiroz seria líder de organização criminosa

Conforme a PF, Júnior Mano participou do esquema de Bebeto, exercendo papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos, quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso

Foto: Reprodução/Instagram

O deputado federal Júnior Mano (PSB) teve “papel central” em um esquema de manipulação de eleições municipais em 51 cidades no Ceará através da compra de votos. É isso que aponta uma investigação conduzida pela Polícia Federal, que ainda indica participação do parlamentar em desvios de recursos oriundos de emendas parlamentares. As informações foram revelados pelo UOL.

De acordo com a PF, em inquérito concluído no dia 18 de janeiro em relação às operações “Mercado Clausu” e “Vis Occulta”, o prefeito eleito de Choró, no Sertão Central, Carlos Alberto Queiroz Pereira (PSB), o Bebeto Queiroz, amigo de Júnior Mano, seria o líder de uma organização criminosa de compra de votos e lavagem de dinheiro a partir de contratos de prefeituras do Ceará com empresas de fachada.

Bebeto foi preso em operação do Ministério Público do Ceará (MPCE) em novembro deste ano, de forma temporária, sendo solto 10 dias depois. Na operação “Vis Occulta”, uma nova ordem de prisão foi expedida contra o político, dessa vez, preventiva. Ele está foragido.

Conforme a PF, Júnior Mano participou do esquema de Bebeto. Ele “exercia papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos, quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso”, escreveu Flávio Vinícius Bastos, juiz da 3ª Zona Eleitoral de Fortaleza.

“Ademais, apontou indícios de que o deputado estaria diretamente envolvido no desvio de recursos oriundos de emendas parlamentares, utilizados para alimentar o esquema e consolidar sua base de apoio político”, destacou o juiz em decisão de 19 de dezembro.

A prefeita de Canindé, no Sertão Central, Rozário Ximenes (Republicanos), em depoimento prestado ao Ministério Público Eleitoral (MPE), em 26 de setembro, afirmou que Júnior Mano lavava dinheiro das emendas parlamentares. Segundo ela, Bebeto teria mais de R$ 58 milhões para “gastar nas eleições” da região e parte da origem desse dinheiro era das emendas, que eram lavadas por Bebeto em troca de uma porcentagem. Júnior e Bebeto, conforme o MPE, atuavam conjuntamente com essa lavagem de dinheiro em 51 municípios da região.

O deputado, ao UOL, negou as irregularidades e disse que “é vítima do uso indevido de seu nome e confia plenamente nos poderes constituídos para o reconhecimento de sua total inocência”.

O caso do parlamentar está no Supremo Tribunal Federal (STF), em razão de ter foro privilegiado por ser deputado. O inquérito e um recurso de Bebeto foram distribuídos ao gabinete do ministro Gilmar Mendes, que ordenou que a Procuradoria-Geral da República se manifestasse no caso.

A advogada de Bebeto, Luanna de Freitas, sem comentar o caso de compra de votos, disse ao UOL que entrou com habeas corpus no STF para que o prefeito eleito tome posse em 1º de janeiro.

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