Começar o ano com atraso do salário de dezembro, que deveria ter sido pago até o quinto dia útil de janeiro. Essa é a realidade para milhares de trabalhadores e trabalhadoras terceirizados que prestam serviços em escolas e outros espaços da Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza, bem como em diversas outras secretarias do Município. Há também trabalhadores que não receberam o vale-alimentação.
Cerca de 200 desses trabalhadores, que em sua maioria trabalham na Secretaria Municipal de Educação, se reuniram na manhã desta quinta-feira, na sede do Seeaconce, o sindicato da categoria, no Centro da capital cearense, para debater a situação, reivindicar o imediato pagamento dos valores em atraso e buscar respostas pelas empresas contratantes de terceirizados para atuar na SME.
Em diálogo com representantes das empresas, o sindicato, dirigido por Penha Mesquita, buscou respostas das empresas Rent, Vespa, Fortal e Missão. As empresas Fortal e Missão se comprometeram a realizar até esta sexta-feira o pagamento, pelo menos, do vale-transporte, podendo vir a pagar também nessa data os salários atrasados. A Rent realizou o pagamento do vale-alimentação, com um dia de atraso, e se comprometeu a pagar o salário até esta sexta-feira.
Ficou acertada para esta sexta-feira, 10, às 11h, a realização e uma audiência de mediação no Ministério do Trabalho, com representantes da Prefeitura de Fortaleza e das empresas, além do Seeaconce e de trabalhadores que participaram da assembleia da manhã desta quinta-feira.
“Mais uma vez os trabalhadores e trabalhadoras mostraram força e lotaram a sede do sindicato, para exigir o pagamento dos salários e do ‘alimentação’ atrasados. Com essa presença dos trabalhadores, somos mais fortes para reivindicar que os pagamentos sejam feitos o quanto antes, como é de direito de quem trabalhou e que não pode esperar para colocar comida na mesa, pagar seus compromissos, quitar as contas para a sua sobrevivência e a da família”, destacou Penha Mesquita, agradecendo pela participação de todos e todas.
Penha Mesquita também reforçou que o sindicato segue na luta para fazer valer o direito ao adicional de insalubridade para as merendeiras e para que seja ressaltada na convenção coletiva dos trabalhadores a obrigação de o vale-alimentação ser pago de uma só vez, no primeiro dia do mês. “Essa obrigação já consta no texto da convenção, mas tem empresário se fazendo de desentendido e pagando por semana, e não de uma só vez, o vale-alimentação. Isso prejudica muito o trabalhador”, detalhou a presidente do Seeaconce.
“Com a presença de vocês, em reuniões grandes como a de hoje aqui e em assembleias lotadas como as do ano passado, o sindicato se fortalece para lutar contra esses atrasos salariais e pela defesa dos direitos”, disse aos participantes da reunião que lotou a sede do sindicato nesta quinta-feira.