Na minha coluna no Portal Repórter Ceará, destaquei os riscos de campanhas eleitorais iniciadas de forma prematura, especialmente no chamado “Dia D” do ano e mês das eleições. Antecipar discussões eleitorais gera conflitos dentro da própria base de sustentação de qualquer governo, seja ele municipal, estadual ou federal. É um movimento que, em vez de fortalecer, enfraquece alianças e expõe fissuras desnecessárias.
Chamei atenção também para a falta de relevância das pesquisas eleitorais divulgadas com mais de um ano de antecedência do pleito. Esses números, divulgados precocemente, não possuem valor real, servindo apenas como combustível para debates vazios nas redes sociais. Um exemplo claro desse cenário foi a crise criada com o lançamento, sem base concreta, do nome de Cid Gomes ao Governo do Ceará. O próprio Cid teve que vir a público para negar veementemente a intenção, reforçando que o uso de seu nome foi precipitado e infundado.
Vale lembrar as colocações feitas pelo próprio Cid Gomes em anos anteriores: quem antecipa nomes fora do período eleitoral, longe ou próximo às convenções, geralmente está na oposição. Pois bem, Cid Gomes, apesar da crise gerada, continua sendo um dos maiores líderes políticos e um dos melhores governadores da história do Ceará. Essa é uma constatação que não admite controvérsia. Contudo, após o tumulto, ele afirmou estar “deixando os mandatos para trás”, descartando qualquer candidatura, seja ao Palácio da Abolição ou ao Senado.
Sem desmerecer sua palavra, que admiro profundamente, confesso que soa difícil acreditar totalmente nessa versão unilateral. Em Sobral, sua terra natal, ele mencionou que sua paixão pela política continua viva, mas sem disputar eleições. Revelou, ainda, planos de investir em negócios como um boteco, plantações de eucalipto, postos de gasolina e outros empreendimentos. Um verdadeiro “Cid Shopping Center”, como ele mesmo brincou.
Mas, como na política tudo pode acontecer — inclusive nada —, resta esperar até 2026. Afinal, “não é logo ali”. Até lá, enfrentaremos chuvas, trovões e relâmpagos, sempre atentos aos movimentos de quem já provou sua relevância na história política do Ceará.