O brutal assassinato de Natany Alves Sales, estudante de 20 anos, em Quixeramobim, chocou o Ceará e o Brasil. De acordo com o inquérito da Polícia Civil do Ceará (PCCE), o crime foi motivado por uma dívida que o ex-pastor evangélico Francisco Márcio Freire tinha com uma casa de prostituição. A investigação concluiu que Márcio planejou o roubo do carro de Natany para quitar o débito, revelando uma trama marcada por frieza e premeditação.
O Crime
Natany foi raptada por volta das 13h do dia 16 de fevereiro em Quixeramobim. Horas depois, seu veículo, um Renault Kwid branco, foi localizado na Rua Enéas de Lima, em Quixadá, próximo à Rodoviária Municipal. A escolha do local não foi aleatória: ficava perto de uma casa de prostituição, onde dias antes, Márcio havia empenhado seu próprio carro em troca de drogas, bebidas e serviços sexuais, conforme revelou o relatório final da Polícia Civil.
Dívida com Casa de Prostituição e Histórico Criminal
Francisco Márcio Freire, que já estava sob investigação em outro inquérito, tinha ligações com prostíbulos em Quixadá, conhecidos pela comercialização de drogas e exploração da prostituição. O proprietário do estabelecimento adulto, onde Márcio fez a dívida, é suspeito de tráfico de drogas e agiotagem, além de estar sob monitoramento de tornozeleira eletrônica.
Segundo a Polícia Civil, Márcio planejou trocar o veículo roubado de Natany pelo carro que havia penhorado para liquidar sua dívida. “A apuração consolidou a conduta de Márcio no consumo de drogas, bebidas e na exploração de serviços sexuais. Além disso, os fatos reforçam a premeditação do latrocínio, indicando que o crime foi arquitetado para que Márcio pudesse, posteriormente, reaver seu veículo e liquidar sua dívida”, concluiu o relatório policial.
O caso foi destaque na mídia nacional e abalou a comunidade de Quixeramobim, onde Natany vivia. Amigos, familiares e toda a sociedade se juntaram em protestos pedindo justiça.
Os três suspeitos presos foram formalmente indiciados pela Polícia Civil, e o Ministério Público deve denunciar os envolvidos por latrocínio — roubo seguido de morte. O processo agora segue para o Judiciário.