Nesta terça-feira, 29 de abril de 2025, os partidos União Brasil e Progressistas (PP) oficializaram a criação da federação partidária “União Progressista”. A medida é estratégica e representa um movimento importante no redesenho das forças políticas do país, especialmente com foco nas eleições municipais de 2024 e na preparação para 2026.
O que é uma federação partidária?
A federação é uma figura jurídica criada pela reforma eleitoral de 2021 que permite a dois ou mais partidos atuarem como se fossem um só, de forma estável, por pelo menos quatro anos. Diferente de uma coligação, a federação exige maior coesão programática, disciplinar e organizacional entre os partidos. Ou seja, União Brasil e PP agora funcionam, na prática, como uma única legenda nas casas legislativas, com um estatuto comum e uma liderança compartilhada.
Por que essa união importa?
1. Peso político e eleitoral
A nova federação nasce como uma das maiores forças políticas do país, com uma base robusta de deputados federais, senadores, prefeitos e vereadores. A soma de União Brasil e PP representa uma fatia considerável do Congresso Nacional, o que garante influência direta em votações importantes e na composição de maiorias.
2. Olho em 2026
A federação fortalece o centro-direita e pode servir como base de lançamento para uma candidatura presidencial competitiva fora do eixo polarizado entre Lula e Bolsonaro. A aliança também permite melhor aproveitamento do fundo partidário e do tempo de TV, elementos-chave em uma campanha nacional.
3. Redução da fragmentação
A federação é uma resposta à cláusula de barreira e ao fim das coligações proporcionais. Ao se unirem, os partidos evitam o risco de encolher ou desaparecer e ganham estabilidade institucional para negociar alianças regionais com mais poder de barganha.
Desafios e contradições
Apesar da força numérica, a federação União Progressista enfrentará o desafio da unidade interna. União Brasil e PP têm histórias, lideranças e bases regionais distintas. Há risco de disputas internas por protagonismo, especialmente em estados onde ambos têm força semelhante. A convivência entre grupos políticos com visões diferentes sobre temas estratégicos poderá gerar conflitos.
Além disso, a federação ainda precisará provar sua coesão ideológica e programática, sob risco de se tornar apenas uma união pragmática para sobrevivência eleitoral.
Conclusão
A criação da União Progressista representa um movimento relevante na reorganização do centro-direita brasileiro. A federação amplia o poder político de seus integrantes e pode redesenhar alianças nacionais e locais. Resta saber se a união resistirá ao teste do tempo, da coerência e das urnas.