A Escola Indígena Chuí, localizada na aldeia Olho D’Água, em Maracanaú, no Ceará, é a primeira escola em um território indígena no Brasil a receber uma Sala Google. A iniciativa é resultado da parceria entre Governo do Ceará, por meio da Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice), em parceria com o Google e sua representante no estado, a empresa Golden.
No Ceará, o projeto da Sala Google tem proporcionado a transformação digital nas escolas públicas, integrando tecnologia ao processo de ensino-aprendizagem, utilizando a plataforma Google for Education (Google para Educação). Até o momento, foram inauguradas 12 salas no estado. A meta é implantar 40 salas no total até 2026.
Realizada nesta quarta-feira, 28, a inauguração da 12ª unidade contou com as presenças do presidente da Etice, Francisco Barbosa; da secretária dos Povos Indígenas do Ceará, Juliana Alves; do secretário-executivo de Equidade, Direitos Humanos e Educação, Helder Nogueira; da secretária de Gestão Ambiental e Territorial Indígena do Ministério dos Povos Indígenas, Ceiça Pitaguary; além de representantes da Golden e outras autoridades.
Cultura e educação para transformar
A Escola Indígena Chuí atende 426 estudantes nos turnos da manhã e tarde, oferecendo Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II, e Ensino Médio regular. A unidade de ensino é um dos principais equipamentos para o fortalecimento cultural do povo Pitaguary.
A implantação da Sala Google, destaca o presidente da Etice, é um passo significativo para aprimorar os conhecimentos em tecnologia, contribuindo diretamente com o desenvolvimento acadêmico, cultural e social dos estudantes.
“A sala é o Google na escola, é para ter vontade de aprender mais, mas também para despertar o interesse dos estudantes para trabalharem com tecnologia, sem a necessidade de sair de casa, do seu território, contribuindo para a construção da sua comunidade. Nosso compromisso é transformar o Ceará em um estado digital”, afirma Francisco Barbosa, citando que o estado tem um déficit de 400 mil vagas ociosas no mercado de tecnologia.
Nesse sentido, a escola Chuí agora conta com um espaço climatizado e adaptado; acesso a Chromebooks para atividades pedagógicas; um portal de Educação a Distância com cursos sobre as ferramentas do Google for Education; suporte à inscrição da escola na plataforma Google for Education; e orientações para participação de educadores em treinamentos e certificações Google.
Esses recursos viabilizam um processo educacional mais interativo, participativo e criativo, proporcionando a transformação digital com foco no protagonismo de estudantes e professores.
Cacique do povo Pitaguary e diretor da escola, João Paulo da Silva enfatiza que a implantação da sala é um momento histórico. “O equipamento contribui também para fomentar e fortalecer a nossa cultura por meio das novas mídias. Isso vai potencializar as habilidades dos alunos nesse quesito de comunicação, de transformar a nossa história, os nossos conhecimentos em conteúdos”, acredita.
A Seduc articula com a Etice a segunda Sala Google em uma escola indígena para a Região de Crateús. Ao todo, o Ceará tem 44 escolas indígenas coordenadas pela pasta.
“O Governo do Ceará tem investido na aquisição de tablets para todos os estudantes da rede estadual. Além disso, no caso das escolas indígenas, a inclusão digital é muito importante porque muitas dessas unidades estão localizadas em comunidades distantes. Esse olhar diferenciado para essas escolas, com essa atenção para a equidade, é muito precioso para nós”, acrescenta Helder Nogueira, secretário-executivo de Equidade, Direitos Humanos e Educação.
A secretária dos Povos Indígenas do Ceará, Juliana Alves, reforçou a importância do espaço para a trajetória profissional dos jovens. “Ficamos muito felizes com essas políticas públicas que chegam aos nossos territórios. Esse equipamento fortalece a profissionalização dos nossos jovens que, quando concluírem o Ensino Médio, vão poder ter uma qualificação para contribuir com os nossos territórios e o nosso Brasil”, enfatiza.