A nova pesquisa da AtlasIntel trouxe um dado preocupante para o presidente Lula. A desaprovação ao seu governo chegou a 53,7%, um crescimento de 3,6 pontos percentuais em apenas um mês.
Esse aumento pode estar relacionado ao escândalo do INSS, que acabou no então afastamento do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT). O caso expôs falhas na gestão e atingiu um ponto sensível para a população, que depende diretamente dos serviços previdenciários. A crise enfraquece o discurso de estabilidade e confiança que o governo tentava sustentar.
Enquanto isso, Jair Bolsonaro intensifica sua estratégia de reconquistar espaço no Nordeste, região onde sempre teve maior resistência eleitoral. Em Fortaleza, o ex-presidente afirmou que o fluxo migratório é do Nordeste para o Sul e Sudeste porque “o melhor estado do Brasil é Santa Catarina, onde o PT nunca passou”.
Ao dizer que onde o PT governa fica “um rastro de miséria e sofrimento”, Bolsonaro tenta reforçar uma narrativa anti-PT que ainda alimenta parte da população, mesmo com sua rejeição alta na região.
Essa ofensiva no Ceará também explica os recentes movimentos políticos. A filiação de Roberto Cláudio ao União Brasil, deixando o PDT, abre caminho para um possível apoio dos bolsonaristas à sua candidatura ao governo em 2026.
Parte da direita já havia avisado que não apoiaria um nome vindo de um partido que teve papel central na cassação da elegibilidade de Bolsonaro. A mudança de sigla de Roberto Cláudio é também uma tentativa de reposicionamento num cenário em que as alianças partidárias tradicionais estão sendo reconfiguradas.
Enquanto o governo Lula enfrenta desgaste com escândalos e pressão da oposição, Bolsonaro tenta reduzir sua rejeição com discursos polêmicos e alianças estratégicas. No Ceará, a disputa tende a ser mais acirrada e com menos clareza ideológica, onde pragmatismo e conveniência política podem pesar mais do que coerência de trajetória.