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Quixadá: Luz, câmera, ação

Quixadá demonstra que a alma do cinema brasileiro também habita e se inspira no sertão

Foto: Olive Tree Films

A celebração do Dia do Cinema Brasileiro em 19 de junho, rememorando o pioneirismo de Afonso Segreto em 1898, transcende a simples homenagem histórica. Ela nos convida a refletir sobre a contínua expansão e democratização da sétima arte no país. Nesse contexto, Quixadá, no interior do Ceará, emerge como um símbolo poderoso desse potencial pulsante além dos eixos tradicionais. Seus monumentais monólitos e paisagens únicas, já foi cenário para mais de 25 produções – desde clássicos como “A Morte Comanda o Cangaço”, A Lenda do Gato Preto, Area Q, até comédias contemporâneas como “Cine Holliúdy”, “Shaolin do Sertão” e o Cangaceiro Trapalhão – não são apenas belos quadros. São a prova palpável de uma vocação natural, cultivada também por talentos locais como o cineasta Clébio Viriato Ribeiro, que justificam plenamente o título carinhoso de “Hollywood do Ceará”. Quixadá demonstra que a alma do cinema brasileiro também habita e se inspira no sertão.

Diante desse cenário já consolidado, surge uma oportunidade visionária para o poder público de Quixadá: transformar essa vocação espontânea em um projeto estruturante e perene. A criação de um festival anual de cinema, inspirado no prestígio de Gramado-RS mas imbuído da identidade única do sertão e celebrado no mês simbólico de junho, seria um passo transformador. Mais do que uma mostra de filmes, este festival seria um poderoso dinamizador cultural e econômico: atrairia turistas, fomentaria a economia criativa local, geraria empregos qualificados, formaria novas plateias e colocaria definitivamente Quixadá e o Nordeste no circuito prioritário do audiovisual nacional. Desta forma, a cidade não apenas celebraria o passado glorioso do cinema, iniciado por Segreto na Baía de Guanabara, mas honraria ativamente seu legado, democratizando oportunidades, ampliando as narrativas visuais do Brasil e escrevendo, ela própria, um novo capítulo na história da nossa sétima arte.

“Num filme o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação.” (Charles Chaplin)

Wanderley Barbosa
Jornalista e Radialista Profissional
Delegado do SINDRADIOCE
Presidente da AISC e Associado da ACI

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