O Senado aprovou no novo Código Eleitoral a volta do voto impresso, mas o assunto ainda vai render debate.
Pela proposta, a urna eletrônica continuaria sendo usada, só que ao lado dela sairia um comprovante em papel, depositado automaticamente numa urna física. A ideia, segundo os defensores, seria garantir auditoria. Mas, até agora, não há consenso. O texto ainda vai passar pela Câmara dos Deputados, onde pode ser alterado ou até barrado, antes de seguir para sanção presidencial.
Se a proposta avançar sem mudanças e for aprovada até dia 3 de outubro deste ano – o que especialistas dizem ser muito difícil -, o voto impresso já começaria a valer em 2026. Mas isso exigiria tempo e muito recurso para adaptar o sistema.
No Ceará, a bancada se dividiu. O senador Eduardo Girão (Novo) votarou a favor, reforçando a necessidade de “mais transparência”. Enquanto Augusta Brito (PT) votou contra, defendendo que a urna eletrônica é segura e que o voto impresso pode abrir brecha para confusão e judicialização das eleições.
O clima em Brasília mostra que a tramitação não será fácil. A Câmara tem se mostrado mais resistente ao tema, especialmente entre partidos do centro. O argumento contrário mais forte é de que o voto impresso traria custo bilionário e risco de aumentar as contestações, deixando a Justiça Eleitoral sobrecarregada.
Vale lembrar que o Brasil é exemplo mundial no uso do voto eletrônico, adotado desde 1996. O sistema já foi auditado inúmeras vezes e segue sendo apontado como um dos mais confiáveis do mundo, sem registro de fraude comprovada.
O debate sobre o voto impresso pode até se arrastar, mas, até aqui, a credibilidade da urna eletrônica segue firme como referência internacional.
