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Padre é condenado por estupro de coroinha em São Paulo

A decisão judicial, em primeira instância, reconheceu pelo menos dez episódios de estupro ocorridos entre 2009 e 2014, período em que a vítima tinha entre 13 e 18 anos

Foto: Arquivo pessoal

Um caso envolvendo um padre veio à tona em Penápolis, interior de São Paulo, após sua condenação a 26 anos e oito meses de prisão por crimes sexuais contra um adolescente que atuava como coroinha. A decisão judicial, em primeira instância, reconheceu pelo menos dez episódios de estupro ocorridos entre 2009 e 2014, período em que a vítima tinha entre 13 e 18 anos.

Segundo os autos do processo, os abusos pelo padre Antônio de Souza Carvalho começaram após a família do jovem se mudar da zona rural para a cidade e passar a frequentar a Paróquia Sagrada Família, no bairro Eldorado. Com o tempo, o adolescente passou a servir como coroinha, o que intensificou sua convivência com o sacerdote.

Durante os deslocamentos para celebrações religiosas, o padre teria iniciado os abusos dentro do carro, tocando o adolescente de forma imprópria e fazendo avanços físicos, como beijos no pescoço. Em uma ocasião, os dois viajaram juntos para Limeira (SP), onde dividiram o mesmo quarto, e, segundo o relato da vítima, os abusos se repetiram.

Durante o julgamento, o padre negou as acusações, alegando que suas ações eram apenas demonstrações de afeto. A Justiça, no entanto, entendeu que houve violação da dignidade e da integridade física e psicológica da vítima, que só conseguiu denunciar os crimes após atingir a maioridade.

O jovem relatou que, por enxergar o padre como uma figura divina, não conseguia compreender os abusos como crimes. O trauma se manifestou em comportamentos agressivos dentro de casa, até que, anos depois, ele revelou os fatos à própria Igreja e, posteriormente, às autoridades civis.

A Diocese de Lins, responsável pela paróquia onde os crimes ocorreram, confirmou o afastamento do padre de suas funções e informou que o caso foi encaminhado ao Dicastério para a Doutrina da Fé, em Roma. Um Processo Penal Administrativo canônico está em andamento.

Em nota oficial, o bispo Dom João Gilberto de Moura expressou pesar diante do ocorrido: “Como Pastor desta Igreja Particular, manifesto profunda dor diante desse acontecimento, reafirmando nosso compromisso com a verdade, a justiça e o cuidado com todos os envolvidos.”

Apesar da condenação, o padre poderá recorrer em liberdade. Atualmente, ele reside em Lins, onde permanece vinculado à Igreja, embora afastado das atividades sacerdotais.

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