De acordo com relatório da Polícia Civil, o Comando Vermelho (CV) tem avançado pesado nos portos do Ceará. Já domina o entorno do Porto do Pecém e agora busca espaço no Mucuripe, em Fortaleza, passando pelo Vicente Pinzón.
A estratégia é usar essas áreas como corredor para exportação de drogas rumo aos EUA e à Europa, algo que coloca o Estado como peça importante no tráfico internacional.
Essa movimentação do crime organizado não é novidade no Brasil, mas preocupa pelo peso estratégico que o Ceará ganha nesse jogo. E quando o assunto é porto, não estamos falando só de segurança, mas também de economia, comércio e, claro, a imagem do Estado lá fora.
Se a coisa se agrava, investidores podem recuar, o turismo pode sentir e o próprio trabalhador, que depende dessas atividades, acaba sendo o mais prejudicado.
No campo político, o tema cai como uma bomba para as eleições. Segurança pública já é assunto que mexe com o eleitorado e, como se sabe, é a bandeira favorita da direita para fazer discurso forte e ganhar espaço.
O risco disso é ver a pauta tratada só no grito, com promessas de endurecimento, mas sem política de base que ataque as causas do problema.
Por outro lado, a esquerda e o grupo governista no Ceará terão que mostrar resposta prática, além de defender os investimentos sociais. Com essas notícias sobre facções dominando áreas tão estratégicas, o eleitor não vai querer ouvir só explicação. Vai querer solução para o problema por conta do medo e da sensação de insegurança.
A disputa pelos portos não é só caso de polícia. É questão de Estado e pode ser um dos temas mais quentes de 2026. Quem souber transformar essa preocupação em uma proposta resolutiva, sem cair na tentação do discurso fácil, pode sair na frente na corrida eleitoral.