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Empresários e servidores da Receita Federal são alvos de operação da PF contra fraudes em importações

A ação, realizada em conjunto com a Corregedoria da Receita Federal, cumpriu 27 mandados de busca e apreensão contra 22 alvos nos municípios de Fortaleza, Aquiraz, Maranguape e Maracanaú, no Ceará, além de Salvador (BA), Barueri (SP) e no Aeroporto Internacional de Fortaleza

Foto: Divulgação/Receita Federal

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira, 11, a Operação Snooker, com o objetivo de desarticular um esquema de corrupção, descaminho e lavagem de dinheiro relacionado a importações irregulares. A ação, realizada em conjunto com a Corregedoria da Receita Federal, cumpriu 27 mandados de busca e apreensão contra 22 alvos nos municípios de Fortaleza, Aquiraz, Maranguape e Maracanaú, no Ceará, além de Salvador (BA), Barueri (SP) e no Aeroporto Internacional de Fortaleza.

Entre os investigados estão empresários, um auditor fiscal e um perito credenciado junto à Receita Federal. Segundo a PF, o grupo atuava de forma articulada desde 2020, fraudando a fiscalização aduaneira em troca de pagamentos.

Dois núcleos de atuação

As investigações começaram em 2022, a partir de uma denúncia anônima à Ouvidoria do então Ministério da Economia, apontando irregularidades no aeroporto da capital cearense.

De acordo com a apuração, o grupo operava em dois núcleos: um especializado na importação de produtos de origem chinesa e outro voltado à entrada irregular de mercadorias de prata, que eram classificadas de forma fraudulenta como bijuterias para reduzir a carga tributária.

“Os investigados se valeram de empresas de fachada, interpostas pessoas e da utilização de criptoativos em valores milionários para ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos obtidos com as práticas criminosas”, informou a Polícia Federal.

Além disso, foram identificadas manipulação de documentos periciais, falsidade ideológica e sofisticadas operações de lavagem de dinheiro.

Crimes e penalidades

Os investigados podem responder por corrupção ativa e passiva (penas de 2 a 12 anos), descaminho (1 a 4 anos), fraude à fiscalização tributária (2 a 5 anos), falsidade ideológica (até 5 anos) e lavagem de dinheiro (3 a 10 anos), além de multa.

A Justiça Federal também determinou o afastamento cautelar de agentes públicos, o sequestro de veículos e embarcação de luxo, além do bloqueio de contas bancárias e criptoativos superiores a R$ 40 milhões.

Receita Federal

Em nota, a Receita destacou que, desde 2023, a Alfândega de Fortaleza intensificou a fiscalização sobre as empresas envolvidas. “Como resultado dessas fiscalizações, a administração aduaneira realizou a maior apreensão de mercadorias na história da Alfândega de Fortaleza e lavrou mais de R$ 30 milhões em autos de infração. Tais ações impediram a entrada irregular de milhares de toneladas de mercadorias contrafeitas e combateram importações subvaloradas, representando importante proteção à indústria e ao mercado nacional”, afirmou o órgão.

O comunicado também relatou tentativas de interferência nos procedimentos, ameaças a auditores e familiares e circulação de notícias falsas para descredibilizar a instituição. “A Receita Federal reafirma seu compromisso com a defesa da integridade institucional e no combate a ilícitos que afetam a imagem do corpo funcional”, concluiu.

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