Em muitas cidades do interior, ainda é comum observar práticas tradicionais de divulgação: panfletos deixados em caixas de correio, carros de som circulando pelas ruas, carreatas promovidas por empresas e, em alguns casos, músicos contratados para tocar nas portas de lojas. São ações que movimentam o comércio e chamam atenção, mas fica a pergunta: será que realmente funcionam?
Durante muito tempo, bastava “aparecer” para ser lembrado. O rádio, o carro de som e o panfleto eram as grandes vitrines do comércio. Hoje, o cenário é outro. O consumidor está mais atento, informado e seletivo. Ele não quer ser interrompido, quer ser envolvido. Distribuir material sem foco ou promover ações sem planejamento é o mesmo que investir energia no vento. Carreatas e carros de som, quando não bem direcionados, acabam produzindo mais ruído do que resultado. Ser visto não é o mesmo que ser relevante.
Outro ponto que merece atenção é o uso do som alto ou de músicos em frente às lojas. Em tese, a ideia é criar animação e atrair clientes. No entanto, o efeito pode ser o oposto. Ruídos excessivos podem afastar consumidores, principalmente aqueles que buscam conforto, clareza e um ambiente acolhedor para escolher o que desejam comprar. A comunicação sonora deve criar clima, não causar incômodo. Uma boa trilha, no volume adequado, pode influenciar positivamente o comportamento de compra. Já o exagero sonoro pode associar a marca ao desconforto, e não à boa experiência.
Antes de qualquer ação, é preciso responder a quatro perguntas fundamentais: qual é o objetivo da campanha? Quem é o público-alvo? Qual é a mensagem central? E como será medido o resultado? Essas respostas definem o rumo da comunicação e evitam desperdício de tempo e recursos. Marketing sem planejamento é gasto. Marketing com estratégia é investimento.
O mundo da comunicação está em constante transformação. Hoje, as marcas precisam construir conexões reais com o público. É a qualidade do diálogo que gera resultados duradouros. Em tempos de múltiplas plataformas, não é o tamanho da ação que define o sucesso, e sim a inteligência por trás dela. O bom marketing não é o que fala mais alto, mas o que fala melhor.
