O presidente da Câmara Municipal de Madalena, João Filho (PT), está no centro de questionamentos acerca do uso excessivo de diárias durante o atual mandato (2025–2028). A polêmica tem ganhado força nos bastidores políticos e nas redes sociais, levantando questionamentos sobre o uso dos recursos públicos no Legislativo madalenense.
João Filho voltou à Câmara após oito anos fora da vida pública. Ele havia sido eleito pela primeira vez em 2012, mas não conseguiu a reeleição em 2016. Em 2024, retornou com 669 votos, pelo grupo político do atual prefeito Crispiano Uchôa, e foi escolhido para presidir o Legislativo municipal logo no início da nova gestão.
Os questionamentos giram em torno da quantidade de diárias e ao valor deste ano, que já supera os anos anteriores. De acordo com o Portal da Transparência dos Municípios do Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE), até o momento foram desembolsados R$ 55.900 em diárias em 2025, mais que o dobro do que foi pago em 2023 (R$ 25.650,00) e em 2024 (R$ 26.100,00). Os dados foram atualizados em 29 de setembro deste ano.
O principal beneficiado é justamente o presidente da Casa. João Filho recebeu sozinho R$ 19.450,00, o que corresponde a cerca de 35% do total gasto pela Câmara apenas neste ano. Ao todo, foram 13 pagamentos, incluindo viagens a Brasília, Crato, Tauá e Fortaleza.
A situação ganha outros contornos devido ao histórico do presidente. João ficou conhecido em Madalena por produzir vídeos críticos e denúncias contra gestões anteriores, especialmente quando divulgou um vídeo mostrando as condições precárias de um posto de saúde na localidade de Cacimba Nova. À época, o conteúdo viralizou nas redes sociais e foi visto como um gesto de oposição à ex-prefeita Sônia Costa, pessoa que, poucos meses depois, ele próprio passou a apoiar politicamente.
A mudança de postura e o novo episódio envolvendo diárias têm alimentado o debate sobre coerência e ética na política local.
Até o momento, o presidente João Filho não se pronunciou oficialmente sobre as acusações.