Os resultados eleitorais em Quixeramobim deixaram claro que, mesmo com o apoio de nomes de peso como Camilo Santana, Elmano de Freitas e o próprio presidente Lula, o PT precisa revisar suas estratégias no município.
A derrota do candidato Paulo Ferreira (PT), que alcançou apenas o terceiro lugar com 13,74% dos votos, reflete mais do que uma questão de popularidade. É um sinal de que o discurso inflamado e as críticas à administração local não foram bem recebidos pelos eleitores.
Em vez de agregar, a postura de atacar amplamente a gestão municipal parece ter afastado potenciais apoiadores, deixando o PT numa posição enfraquecida. Diferente de campanhas bem-sucedidas, que sabem dialogar com as necessidades e desejos da população, a comunicação do candidato pecou ao se concentrar em ataques e críticas.
Outro ponto fraco da campanha foi a composição de chapa com o ex-vice-prefeito de Quixeramobim, Tarso Borges (União), que pouco agregou ao projeto petista na cidade. Em vez de buscar alianças mais estratégicas, que ampliassem o alcance e a legitimidade do partido, a chapa não construiu pontes com setores mais amplos da população.
Inclusive, essa dificuldade de articulação política é um reflexo do próprio momento do PT no Ceará, que tem perdido fôlego em várias cidades e precisa se reorganizar para voltar a se destacar nas disputas municipais. Sem uma mudança profunda, o partido corre o risco de seguir os passos do PDT, que também enfrenta um cenário de declínio após perder o apoio popular, caindo de 66 para apenas 5 prefeitos eleitos no Ceará.
Se o PT pretende retomar sua influência em Quixeramobim e outros municípios cearenses, vai ser preciso colocar o pé no chão, reunir apoiadores e redesenhar sua estratégia de diálogo com a população.