Sou advogado há três décadas. É fato que atuo mais na área criminal, porém, sempre defendi o direito, não o crime. Tampouco sou obrigado, como cidadão probo da sociedade, a defender ou fazer culto ao crime que, em tese, um cliente meu cometeu.
Porém, repito o título em epígrafe: todo pecado é passível de perdão. Escrevo este texto ciente de que posso ser mal interpretado. Por isso, adianto: não sou afeito à violência, sou desarmamentista e nunca encostei o dedo em quem quer que seja, muito menos em uma mulher.
Feitas essas considerações, vamos ao mérito. Há alguns anos, como é de conhecimento público, o DJ Ivis agrediu fisicamente a esposa, episódio que viralizou por ter sido filmado. A repercussão foi imensa e extremamente negativa para o artista. Todos os levantes femininos foram feitos. Os amigos se afastaram, assim como os colegas de profissão. Ele começou a pagar, antecipadamente, sua pena.
Agora, de inopino, surge a notícia de que DJ Ivis e a esposa reataram, vivendo uma nova lua de mel em Paris. Pronto, o céu caiu novamente. Trovões e muito barulho contra o DJ, e, igualmente, contra a esposa, que havia recebido toda a solidariedade possível.
Logo após, outra notícia: DJ Ivis foi condenado a oito meses de prisão pela agressão. Surge, então, uma nova condenação – desta vez, não apenas das ruas, mas da Justiça.
Pois bem.
Se todo pecado é passível de perdão, após tantas condenações e olhares acusadores, talvez já seja hora de darmos uma trégua ao DJ Ivis. Afinal, sua ressocialização é possível, e não existe acusação nem prisão perpétua no Brasil.
