Home Itamar Filho Quem vai se opor a Edinho? Uma análise de conjuntura

Quem vai se opor a Edinho? Uma análise de conjuntura

Banabuiú, nosso ‘vale das borboletas’ do sertão central, se encaminha para sua 9ª eleição municipal desde a emancipação política de Quixadá, em janeiro de 1988. Nomes e famílias já fizeram história – boa ou nem tanto – frente à administração pública da cidade, porém, em outros tempos, a essa altura do campeonato, faltando menos de 70 dias para o pleito, as candidaturas já estavam mais claras perante a população e os cenários, praticamente alinhados nos bastidores, bem diferente da situação que temos hoje: com aproximação da data final de lançamento das candidaturas, apenas um nome está na boca do povo e com candidatura formalizada por convenção, o do atual prefeito, Edinho.

Francisco Hermes Nobre é a figura que encarnou os versos de Gonzaguinha. “Não se desespere, nem pare de sonhar”. ‘Sonhar’, conceito abstrato quando aquilo almejado não é posto em ação, mas o homem botou sim. Não à toa tentou por 4 eleições seguidas – 16 anos de sua vida – chegar ao paço municipal banabuiense. A cada eleição, a diferença de votos para o primeiro colocado caía, mas as derrotas e tentativas transformavam o candidato no ‘azarão’ das corridas eleitorais entre os caciques do município. Sua garra, porém, era bem vista pelo povo, que cada vez mais se agradava com o humilde homem.

Em 2012, por uma diferença ínfima de votos, perdeu para o então prefeito – o experiente Veridiano Sales – que viu Edinho encostar pelo retrovisor. Contudo, como no velho dizer, (água mole e pedra dura) em 2016 (tanto bate até que fura) Edinho e seu grupo se consagram, em uma aliança com o igualmente conhecido médico, Dr. Arimatéia, os vitoriosos do sufrágio municipal, derrotando a então situação e seu candidato, Thiago Cajazeiras. Depois de anos na administração, sai um grupo político antigo e desgastado e entra uma equipe nova, que oxigena os quadros municipais. Edinho ganha do povo a chance que tanto pediu.

Se o prefeito soube aproveitar esse voto – literalmente – de confiança? Bom, esse julgamento cabe, unicamente, ao povo forte de Banabuiú, mas analisando a situação política atual do município, suas conjunturas e o olhar que essa está disseminando entre a opinião pública, tendemos a responder que sim. Edinho fez, entre os adjetivos possíveis, principalmente durante todas as crises que vivemos atualmente, o mais sincero que podemos dar: uma gestão saudável. Balanceou investimentos, realizou obras, planejou e executou um concurso público – atitude louvável no município que carecia de ação do tipo; porém, ressaltamos agora o pedido de convocação dos aprovados. Manteve uma equipe unida, uma câmara estável e uma boa relação com seu vice. Conseguiu, ainda, indiretamente nesse meio tempo vitórias simbólicas na política, como a estabilidade de suas alianças e a desaprovação das contas de seu adversário, o ex-prefeito Veridiano, pela câmara, seguindo recomendação do Tribunal de Contas em 2019. O prefeito de Banabuiú vive uma situação, podemos dizer, bem mais aprazível e agradável que a maioria de seus colegas no sertão central – Choró, Ibaretama, Quixeramobim e Quixadá prometem disputas acirradas e históricas.

O quadro que vemos se assemelha, dentro de suas especificidades e particularidades, ao do governador Camilo Santana no sufrágio de 2018. Até bem
próximo do período final das convenções, ainda não se tinha um nome fechado pela oposição para concorrer com Camilo. O mais levantado era o de Tasso. O senador, porém, devido a suas considerações e outros pontos subtendidos – como o desgaste generalizado em uma possível grande derrota para o petista – o fizeram desistir da candidatura própria e investir em outro nome, de um general. Assim, o PSDB, sonhando em voltar para o Palácio da Abolição, lançou Theophilo, homem público pouco conhecido para concorrer ao executivo estadual. O resultado nós sabemos. A oposição logrou 11,3% dos votos, enquanto Camilo, quase sem fazer campanha, ganhou em 1º turno com 80%. Edinho não tem um concorrente declarado em Banabuiú. Veridiano arrisca uma pré-candidatura aqui e acolá, mas não dá como certa a possibilidade, tanto por problemas com a lei eleitoral quanto para evitar rusgas em seu nome e histórico. Thiago e Waltinho, outro candidato de 2016, não demonstraram amplo interesse em concorrer ao paço novamente, e o atual prefeito segue com seu vice em pré-campanha, com o apoio declarado de caciques de seu partido, o PDT dos Ferreira Gomes; o PT do governador, o PROS e o SD compõe a aliança até o fechamento desse trabalho. Quando perguntei o que há no título deste texto, não o fiz por mera retórica, mas realmente por que agora é uma questão que me incomoda a reflexão. Quem irá se opor a Edinho?

Este artigo foi escrito com o auxílio e as informações de nosso colaborador de Banabuiú, Rubens Sousa. Esta coluna tem a pretensão de ser colaborativa. Se crê que algum tema da política e dos acasos sociais são de grande relevância, entre em contato, terei o prazer de discuti-los com você e, a depender da conversa, virar assunto de nosso espaço.

Foto: Arquivo/SMC

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6 comentários

  1. O mundo mudou o mercantilismo existirá porque e premissa cultural do Brasil,porém a consciência prevalecerá e fará só cidadão Francisco Hermes nobre a possibilidade de consolidar um trabalho coerente responsável e crível.
    Banabuiu necessita de vanguardista e políticos natos sensatos que não tem “vergonha”.de sempre contar sua trajetória e origem.e o vital nunca graças a deus durante quatro anos ouvi dizer: a polícia está na sua casa….o tribunal de contas devastando sua administração…seus secretários inerdes ….há mim.so me resta aplaudi-lo e pé de ir que deus o ajude em segmentar caminhada vitoriosa e justa.

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