Fortaleza já esteve melhor. Há alguns dias, estive na capital cearense e me deparei com um cenário pior do que a viagem anterior que fiz. Entre as coisas que percebi, quatro se destacaram: o lixo, os pedintes, a quantidade de pessoas em situação de rua e as vias públicas deterioradas.
Obviamente que governar no Brasil de 2022 não é fácil. É preciso ter discernimento e organização para lidar com as contas públicas sem desamparar aqueles que necessitam de atenção social, através de iniciativas públicas e parcerias que ajudem os que moram nas ruas ou vivem em situações precárias. E eu senti falta disso. Pelo aumento perceptível no número de pedintes e moradores de rua, pode-se levar a crer que a situação econômica individual dos fortalezenses – uma parte – não é suficiente para manter condições dignamente humanas para viver, ou, nesse caso, essas condições nem existem.
Fortaleza é a cidade mais rica do Nordeste, uma capital bem visitada e com fluxo de turistas. Mas não devem ser somente fotos em redes sociais que venham a fazer a cidade ser admirada. É preciso zelar o patrimônio, manter a limpeza e a organização local, em uma atividade rotineira. O gancho inicial deve ser puxado pela gestão municipal, que deve agir, além de ações de coleta, no campo da educação ambiental e da sensibilização da população para que sejam mais conscientes de seu atos e evitem sujar as ruas com seus resíduos.
Nesse mesmo passo, várias ruas da cidade estão deterioradas. Mesmo que não seja fato isolado, ou seja, que não é somente Fortaleza que se encontra nessa situação, o ponto principal é a vultosa vantagem econômica que a cidade possui – em relação a outros municípios – de manter uma qualidade minimamente plausível de suas vias de tráfego e, mesmo assim, não possui.
Hoje, Fortaleza não esteve bonita aos meus olhos, mas espero que em breve essa realidade possa mudar. Estamos falando de uma das maiores cidades brasileiras, que deve ser bem cuidada por todos e em todos os seus aspectos.
Foto: Helene Santos
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