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Delegado que agrediu mulher com tapa no rosto é solto menos de 24 horas após ter prisão preventiva decretada

Foi solto no fim da manhã desta segunda-feira, 13, o delegado de Polícia Civil Paulo Hernesto Pereira Tavares, flagrado dando um tapa no rosto de mulher após se envolver em um acidente. Ele deixou a prisão em menos de 24 horas após ter sido preso na cidade do Crato, no Cariri cearense, na noite desse domingo, 12. A informação é do G1-CE.

No sábado, 11, o delegado se envolveu em um acidente de trânsito após perseguir um adolescente e discutiu com moradores, no que foi filmado dando o tapa em uma mulher. O delegado chegou a ser detido após o acidente e a agressão, mas foi solto no mesmo dia mediante pagamento de fiança.

Na manhã de domingo, 12, o MPCE entrou com o pedido de prisão preventiva após discordar da liberação do delegado depois do pagamento da fiança. Na tarde de domingo, a Justiça cearense decretou a prisão de Paulo Hernesto.

Na manhã desta segunda-feira, o delegado passou por uma audiência de custódia no 1º Núcleo de Custódia e Inquérito, na cidade de Juazeiro do Norte, e obteve a liberdade provisória. O delegado foi solto mediante o cumprimento de alguns requisitos, entre eles:

  • Manter endereço e contato telefônico atualizados e atender a todas as convocações da Justiça;
  • Proibição de se ausentar da comarca onde reside por mais de 8 dias;
  • Recolhimento domiciliar noturno das 19h às 6h;
  • Proibição de manter contato com as vítimas, seus familiares e testemunhas civis e militares, mantendo distância de, no mínimo, 200m das referidas pessoas;
  • Não frequentar bares, casas de festas ou de prostituições;
  • Proibição de atuar em qualquer procedimento investigatório policial em que configure como investigados, vítimas, testemunhas e policiais militares que atenderam a ocorrência;
  • Encaminhamento do autuado para atendimento psicossocial.

Apesar da agressão filmada contra a mulher, na delegacia o auto de prisão em flagrante lavrado contra Paulo Hernesto foi apenas o de embriaguez ao volante. A decisão judicial que determinou a prisão preventiva de Paulo Hernesto, portanto, dizia respeito ao crime de embriaguez, embora tenha citado as agressões e ameaças.

Ao g1, a defesa de Paulo Hernesto afirmou que não vai não comentar o caso pois prefere deixar “as investigações fluírem”. A defesa, no entanto, destacou que “as penas [dos atos descritos na ocorrência policial], se este fosse condenado, não ultrapassariam a a de um regime aberto ou semiaberto, portanto não havia necessidade de deixá-lo no regime fechado”.

No pedido de prisão feito no domingo, o Ministério Público também que, além do acidente e da agressão de sábado, o delegado já é réu pelos crimes de embriaguez ao volante e violência doméstica.

“Além do crime de embriaguez ao volante, o MP fundamentou seu pedido na prática de lesão à mulher que aparece no vídeo, e ainda em uma lesão corporal a um adolescente de 16 anos e a um outro homem já identificado e ouvido, além de ameaças e impropérios proferidos contra as vítimas, aos policiais militares que atenderam a ocorrência e seus familiares, bem como a um advogado no exercício da função. Além do contexto fático, observou-se que o autuado já é réu em outros crimes (embriaguez ao volante e violência doméstica) e é investigado pela prática de outros crimes (violência doméstica e prevaricação)”, explicou o Ministério Público em nota.

Após a repercussão do caso, Paulo Hernesto foi afastado das funções e impedido de exercer o cargo de delegado durante a investigação do caso. Também foram retidos a identificação funcional, o distintivo, a arma, a algema e instrumentos funcionais.

Repórter Ceará

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