Do interior à capital se mantém a tradição neste período de Semana Santa dos “caretas” que invadem ruas, avenidas e bairros das pequenas cidades às grandes metrópoles.
Grupos de jovens brincantes se vestem com roupas irreverentes, máscaras, chicotes e demais apetrechos, sempre agarrados com um Judas de pano confeccionado para este fim, num vai e vem pelos logradouros públicos.
Nas portas das residências pedem de tudo um pouco. Arroz, feijão, macarrão, lanches e logicamente, vinhos e aguardentes. Os chocalhos e apitos também seguem juntos. No interior, mais especificamente, o Judas é transportado em cima de carroças. Leva umas boas chicotadas dos Caretas, mas sempre tem um líder do grupo que adverte-os:
“Ainda não chegou a hora dele partir, só no finalzinho da tarde, beirando a boca da noite”.
Em Fortaleza, na Avenida Raul Barbosa – próximo ao viaduto -, há décadas um morador daquele bairro confecciona e vende o Judas de pano. Os preços variam de 150 a 300 reais. E vende todos.
Sabemos que Jesus Cristo nos ensinou a paz, o amor ao próximo, o perdão, e desejo que todos tenham pão, água, e que multiplique o peixe nas mesas dos sagrados lares das famílias em todo o mundo.
Mas nós, os pecadores, ainda temos sede de vingança, pois diferente do Mestre Jesus de Nazaré, onde afirmou que “não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda”, ainda não o cumprimos na vida terrena.
Desejo uma abençoada sexta-feira santa às famílias cearenses.