Há 20 anos, a indústria das energias renováveis era considerada muito cara para ser viável. Hoje, trata-se de um setor em expansão, produzindo algumas das energias mais acessíveis do mundo. Para que o hidrogênio verde siga a mesma trajetória, devem existir as infraestruturas e os incentivos adequados e acordos comerciais de longo prazo. Dessa forma, é importante que o setor aproveite o momento atual, reforçado por sinais positivos do governo brasileiro e do Congresso, para viabilizar um mercado internacional e doméstico robustos, apontar o Brasil como um líder real lançando mão da presidência do G20 e da sede da COP 30 no próximo ano, fazendo anúncios legítimos e positivos na direção de uma agenda verde comprometida, como será a aprovação do PL 2308/2023 – em discussão no Senado – sobre o marco legal do hidrogênio verde no país.
“O PL 2308 é um exemplo sensato de uma política pública robusta para viabilizar competitividade do H2V e acelerar a descarbonização de setores essenciais, com escopo, prazo e limite aos incentivos propostos. Tais políticas endereçam os desafios econômicos e incentivam a entrada de investimentos: viabilidade econômica do hidrogênio verde versus outras soluções, impacto nos gastos públicos e efeitos no custo da energia”, diz Fernanda Delgado, diretora executiva da ABIHV.
Estudos da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV) mostram que os investimentos esperados no país poderão arrecadar R$ 866 bilhões até 2050 para os cofres públicos (em todos os níveis governamentais). Gerarão 200 mil novos postos de emprego, e não impactarão o orçamento fiscal até 2026. E se estima um superávit no curtíssimo prazo de R$ 75 bilhões até 2030 e um impacto de R$ 550 bilhões no PIB no mesmo período.