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Prefeito preso, prefeito eleito foragido e combustível: o que o MPCE investiga em Choró?

Marcondes é apontado como o responsável por arquitetar uma estrutura criminosa para receber  propina de empresas com contratos com o Município. Algumas dessas empresas são de propriedade de Bebeto Queiroz, o prefeito eleito.

Foto: Reprodução/Redes sociais

O Ministério Público do Ceará (MPCE), através da Procuradoria de Justiça de Crimes contra a Administração Pública (Procap), deflagrou a Operação Ad Manus, nesta sexta-feira, 22, que prendeu o prefeito de Choró, no Sertão Central, Marcondes Jucá (PT), e possui um mandato de prisão contra o prefeito eleito, Bebeto Queiroz (PSB), que está foragido. A ofensiva agitou a região. Mas o que o MPCE investiga?

Conforme o órgão, todos os alvos da operação desta sexta-feira são suspeitos de praticarem atos ilícitos em contratos de prestação de serviço de abastecimento de veículos da Prefeitura de Choró.

De acordo com a decisão judicial que autorizou a operação, Marcondes teria decretado emergência no município, em 2017, no primeiro mês de seu primeiro mandato. Isso fez com que houvesse dispensa de licitação para contratar um posto de combustíveis.

Os preços dos combustíveis do estabelecimento contratado eram muito mais altos do que os praticados no mercado, pois parte do valor era repassado ao grupo do atual prefeito, quando a Prefeitura realizava o pagamento a empresa. Ou seja, a gestão pagava a empresa e parte do dinheiro era devolvido ao prefeito.

Dessa forma, o gabinete do prefeito permitia o abastecimento de veículos sem qualquer controle e incluía até mesmo carros que não eram da frota municipal. O responsável pela operação era um servidor da Secretaria de Transporte do município, que também foi afastado do cargo. Ele atuava sob ordem do prefeito.

Quando os veículos eram abastecidos, os comprovantes eram descartados para que não se descobrisse quem havia abastecido e nem qual carro. Após isso, os valores eram inseridos no sistema da prefeitura, sendo identificados como carros da gestão.

Para o Ministério Público, Marcondes é o responsável por arquitetar uma estrutura criminosa para receber propina de empresas com contratos com o Município. Algumas dessas empresas são de propriedade de Bebeto Queiroz, o prefeito eleito.

Bebeto e Marcondes, ainda conforme o MPCE, controlavam as empresas que tinham contratos milionários com a prefeitura e os dois recebiam propinas de partes das obras e serviços feitos por essas empresas.

Ao todo, 35 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Canindé, Choró, Quixadá e Madalena. Os alvos foram vereadores, servidores públicos, ex-secretários municipais e empresários da região.

Os investigados poderão responder por crimes contra a administração pública, peculato, falsidades material e ideológica e corrupção passiva e ativa.

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