O deputado e economista Mauro Filho (PDT) chamou atenção para a alta concentração do setor bancário brasileiro e seus impactos sobre a economia.
Segundo ele, apesar da existência de 170 instituições financeiras atuantes no país, os quatro maiores bancos – Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Santander – detêm 83,6% das operações financeiras. Esse domínio restringe a concorrência e mantém o Brasil no topo do ranking mundial de juros reais, aqueles que superam a inflação.
O parlamentar destacou que, em 2024, o Itaú registrou um lucro recorde de R$ 40,2 bilhões, seguido pelo Banco do Brasil (R$ 25,4 bilhões), Bradesco (R$ 19 bilhões) e Santander (R$ 12,4 bilhões). O crescimento de 18,6% nos lucros dessas instituições em relação a 2023 contrasta com o alto custo do crédito e as dificuldades enfrentadas por empresas e consumidores.
A falta de competição no setor bancário limita a redução dos juros e impede o acesso a condições mais favoráveis de financiamento.
A denúncia reforça um debate já recorrente no meio econômico e político: a necessidade de regulamentações que ampliem a concorrência e acabem com os efeitos da concentração bancária. Medidas como a facilitação da entrada de novas instituições no mercado e o fortalecimento das fintechs são frequentemente apontadas como alternativas para reduzir o peso dos grandes bancos sobre a economia.
Para Mauro Filho, a questão deve ser aprofundada no Congresso Nacional. A agenda de reformas bancárias e de crédito pode ganhar força diante dos impactos diretos que os juros elevados têm sobre o crescimento econômico e a geração de empregos. Contudo, enfrentar o poder dos grandes bancos exige articulação política e apoio de diferentes setores, dificultando a discussão.