O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, considera a eleição presidencial de 2026 no Brasil um elemento-chave para consolidar sua agenda ultraconservadora no Hemisfério Ocidental, além de barrar a crescente influência da China na América Latina e remodelar a ordem internacional. Com esse objetivo, Washington iniciou uma ofensiva contra o Brasil, adotando uma postura agressiva diante das políticas de censura digital no país.
Conforme publicado pelo portal UOL, a Casa Branca tem usado a acusação de censura às plataformas digitais como um pretexto para lançar alertas contra o Brasil, insinuando possíveis sanções, incluindo a suspensão de vistos para autoridades brasileiras envolvidas em atos de censura. Fontes do governo dos EUA confirmaram ao portal UOL que a principal meta desta ofensiva é criar um cenário favorável para a eleição de 2026, com a esperança de que a próxima administração no Brasil se alinhe com seus interesses ultraconservadores.
A pressão contra o Brasil foi intensificada esta semana com a aprovação de um projeto de lei na Câmara dos Deputados dos EUA, que propõe a revogação de vistos e a deportação de autoridades estrangeiras que adotem práticas de censura contra empresas ou indivíduos americanos. Durante os debates sobre a proposta, membros do Partido Republicano não esconderam a inspiração para a legislação, apontando diretamente para a ação do governo brasileiro contra a plataforma digital X (antigo Twitter), de Elon Musk.
Em seguida, o Departamento de Estado dos EUA emitiu um comunicado, alertando o Brasil sobre a incompatibilidade da censura com os princípios democráticos. A mensagem foi amplamente interpretada como uma ameaça direta, intensificando o clima de tensão entre os dois países. A pressão foi acompanhada por uma declaração polêmica de Musk, que sugeriu a possibilidade de confiscar bens do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, enquanto figuras radicais do Partido Republicano passaram a rotular o Brasil como uma “ditadura”.
A narrativa construída nos Estados Unidos pinta o Brasil como uma ameaça à democracia, ao mesmo tempo em que omite informações sobre os ataques às instituições democráticas brasileiras, como os episódios de 8 de janeiro, que envolvem tentativas de golpe de Estado lideradas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. A omissão de fatos relevantes e a construção de uma nova narrativa fazem parte de uma estratégia maior, que também é visível no tratamento dado aos responsáveis pelos ataques de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio dos EUA, que foram perdoados e, em muitos casos, tratados como “heróis”.
Com o avanço dessa ofensiva, o governo de Trump e seus aliados políticos não só buscam pressionar o Brasil, mas também influenciar a eleição de 2026, em um movimento que reflete sua tentativa de intervir nas democracias da América Latina e fortalecer uma agenda política alinhada com seus ideais ultraconservadores.
De acordo com o portal UOL, fontes do governo dos EUA indicam que a ofensiva contra o Brasil continuará, e novas medidas, incluindo sanções contra autoridades brasileiras, estão sendo discutidas. A estratégia de pressionar o Brasil em nome da liberdade e da democracia parece estar apenas começando, com repercussões que podem se estender para além das eleições de 2026.