O Ministério Público do Ceará (MPCE), com apoio da Polícia Civil, realizou nesta terça-feira, 18, uma ofensiva contra um esquema que operava plataformas clandestinas de streaming e transformava a pirataria digital em um negócio altamente lucrativo. Batizada de Operação Endpoint, a ação teve como foco um grupo apontado como responsável por oferecer acesso ilegal a canais de TV, filmes e séries, além de movimentar grandes quantias de dinheiro.
Somente em Fortaleza, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão preventiva. A Justiça também determinou o bloqueio de bens e valores, a suspensão das atividades de 14 empresas vinculadas ao esquema e outras medidas voltadas a impedir o funcionamento da rede.
As investigações mostram que os suspeitos operavam como se fossem empresas regulares de TV por assinatura, mas toda a estrutura era baseada em conteúdo distribuído sem autorização. Entre as plataformas investigadas estão serviços popularizados entre consumidores de streaming pirata, como “DezPila”, “Tyflex” e “Onlyflix”, que disponibilizavam toda a programação mediante pagamento.
A base de clientes era conquistada por meio de sites criados em plataformas acessíveis, como Wix e Hostinger, além de intensa divulgação em redes sociais, grupos de WhatsApp e canais no Telegram. O faturamento ocorria por sistemas de pagamento on-line, com uso de empresas de checkout e recebimento por múltiplos métodos, principalmente transferências via Pix.
A apuração também identificou o uso de “laranjas” para mascarar transações e dificultar o rastreamento da origem do dinheiro. Após a quebra de sigilos bancário, fiscal e digital, os investigadores detectaram movimentações expressivas em contas pessoais e empresariais, todas ligadas à atividade ilegal.
Outro ponto revelado pelas autoridades é o emprego de criptoativos para tentar ocultar valores e dar aparência de legalidade aos recursos obtidos. Segundo o MPCE, a estrutura envolvia desde operadores financeiros e logísticos até pessoas ainda em processo de identificação.
O Ministério Público solicitou à Justiça o sequestro de aproximadamente R$ 12 milhões, além do bloqueio de criptoativos, perfis em redes sociais, domínios utilizados pelo grupo e a remoção de páginas e resultados em mecanismos de busca que divulgavam os serviços piratas.




