Home Política STF vê elementos suficientes para denúncia de Bolsonaro no caso das joias

STF vê elementos suficientes para denúncia de Bolsonaro no caso das joias

Fontes do STF afirmam que as evidências coletadas até o momento são de “extrema gravidade” e dispensam a necessidade de diligências complementares

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O relatório da Polícia Federal (PF) que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro pelo esquema da venda ilegal de joias no exterior já traz provas suficientes para o oferecimento de denúncia, dizem ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com fontes da Corte, as evidências coletadas até o momento são de “extrema gravidade” e dispensam a necessidade de diligências complementares.

O relatório foi encaminhado pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, à Procuradoria-Geral da República (PGR), que tem três caminhos: oferecer denúncia, determinar novas providências ou pedir o arquivamento.

O procurador-geral, Paulo Gonet, ainda está analisando os autos para decidir qual caminho seguir. Uma das possibilidades é “juntar” todos os indiciamentos feitos contra Bolsonaro em uma denúncia única.

O ex-presidente já foi indiciado pelo esquema das joias e pela suposta fraude no cartão de vacinação. Também há expectativa de indiciamento, nas próximas semanas, no inquérito que apura a tentativa de um golpe de Estado.

A hipótese de unificar tudo isso é cogitada por Gonet por dois motivos: robustecer as provas e, ao mesmo tempo, adiar o oferecimento de denúncia para um momento posterior às eleições municipais.

Apesar da leitura do STF sobre a consistência do relatório da PF, auxiliares do procurador-geral o descrevem como uma pessoa cautelosa, que não descarta pedir mais diligências.

A expectativa quanto a esse cenário aumentou especialmente depois que a própria PF detectou um equívoco nas cifras envolvidas na venda das joias e solicitou ao Supremo uma correção no relatório.

Interlocutores de Gonet afirmam que, conhecendo o procurador-geral, ele não vai deixar esse fato passar batido — e pode até mesmo solicitar à PF uma explicação mais detalhada do motivo do erro.

Isso viria a calhar para o “timing” de uma eventual denúncia, que ficaria para depois da eleição de outubro. Gonet tem dito a pessoas próximas que quer evitar que seus atos sejam utilizados na campanha eleitoral ou sejam interpretados como perseguição política.

Com informações da CNN Brasil

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